pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque
António Moita - Jurista
24 de Fevereiro de 2025 às 09:20

Políticos, empresários e profissionais liberais

Queremos os melhores na política e isso implica escolhas individuais e coletivas. É intolerável perceber que por regra se associa a falta de seriedade à condição de político. A situação agrava-se quando percebemos que muitos titulares de funções públicas não conhecem outro corredor que não o das sedes partidárias ou dos gabinetes ministeriais

  • Partilhar artigo
  • ...

Mais uma vez a honorabilidade de políticos e governantes está posta em causa. Tem sido notícia a venda de participações em empresas imobiliárias do primeiro-ministro e de um ministro do atual Governo. A controvérsia não é de agora e muitos são os casos que se foram sabendo ao longo dos últimos anos. Talvez seja tempo de pensar bem no caminho sinuoso que estamos a percorrer e nas consequências que este ruído traz para a vida pública. Entre a discussão se houve prática de condutas ilícitas ou se nos situamos apenas no campo da ética, certo é que a imagem das pessoas vai sendo desgastada e, no caso vertente, a sua autoridade comprometida. A discussão sobre os privilégios dos políticos e as regras de controlo sobre a sua conduta e as incompatibilidades em que incorrem, vem desde a década de 90 e na altura lembro-me da posição de Pacheco Pereira que defendia que a lei devia ser geral e não aplicável especificamente à classe política até porque isso traria consigo perigosos populismos. Esta discordância levou-o mesmo a demitir-se da liderança da bancada social-democrata. Havia também quem dissesse que "não se faziam políticos sérios por decreto" e que esse pacote da transparência conduziria à degradação do estatuto dos políticos. Talvez não tenha sido apenas esta a razão, mas certo é que nos dias de hoje o grau de respeitabilidade da classe política anda pelas ruas da amargura.

Ver comentários
Ver mais
Publicidade
C•Studio