Há história económica a ser escrita, mas por cá ninguém diria
Trump juntou-se à extensa lista de monarcas e políticos eleitos vergados pelo mercado de dívida soberana. A "pausa" de 90 dias travou uma crise financeira, mas não matou a incerteza brutal, nem o risco sobre as economias. Nada que perturbe a campanha eleitoral portuguesa.
- Partilhar artigo
- ...
A 10 de março de 1629, o rei Carlos I de Inglaterra dissolveu o Parlamento. Não voltou a convocá-lo durante 11 anos, convencido de que podia financiar, só por sua iniciativa, as guerras e os gastos da coroa – acabou executado vinte anos depois, com a sua enorme coleção de arte a ser vendida para ajudar a resgatar o reino. Passaram 170 anos e foi a vez do rei Luís XVI perder a cabeça na guilhotina após uma crise social profunda, em que o endividamento de França foi uma das causas. Monarcas, papas e uma série de políticos eleitos, como vimos em 2011 com José Sócrates – é longa a lista de episódios em que o mercado de dívida soberana forçou a mão, ou cortou a cabeça, de governantes. Donald Trump juntou-se à lista.
Mais lidas