O bom SNS e o mau SNS
A pandemia expôs o espírito de sacrifício do pessoal médico e auxiliar - e o défice enorme de gestão central e dos hospitais. Quem quer uma saúde pública mais capaz tem a obrigação de lutar por mudanças profundas na sua gestão.
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A pandemia expôs de forma clara perante todo o país duas coisas que não eram propriamente um segredo sobre o Serviço Nacional de Saúde. A primeira é o espírito de sacrifício de vários dos seus médicos, enfermeiros e auxiliares - a cultura sedimentada de entrega, que a médica Isabel do Carmo descreveu exemplarmente há dias numa crónica no Público. A segunda coisa também tem a ver com cultura sedimentada, só que outra cultura: de politização, de falta de autonomia e de responsabilização, de pouca competência. Falo do défice de gestão, a nível central e hospitalar, que mina o SNS. Quem quer preservar o SNS não se deve centrar apenas na primeira - tem a obrigação de apontar o dedo à segunda e de lutar por reformas.
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