pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque
Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
12 de Setembro de 2018 às 19:45

A revolta dos impostos

Em 1862, entre Abril e Agosto, viveu-se um momento de verdadeira guerra civil contra os impostos. No país de chamados brandos costumes, populações de freguesias rurais atacaram dependências fiscais e os seus funcionários e, nalguns casos, incendiaram edifícios do Estado.

  • Partilhar artigo
  • ...

O alvo era a nova contribuição territorial ("predial"), mas também a contribuição industrial que era imposta aos assalariados das indústrias de lanifícios. Nesses tempos, havendo poucos polícias, era o exército, por exemplo, que escoltava os cofres de dinheiros públicos. Mais tarde, em 1881, reflectindo sobre o tema, Oliveira Martins escreveu: "Quando a máquina social se desorganiza, aparecendo o que se chama revolução ou crise, vê-se mais ao vivo como as coisas são na realidade." Apesar de viver sobre a tutela militante do Fisco, a sociedade portuguesa de hoje não se revolta incendiando os edifícios da administração fiscal. País acorrentado a todo o tipo de impostos, seja com austeridade ou sem ela, Portugal geme, mas não se revolta. Ou melhor: quem se revolta é, imagine-se, quem quer mais impostos.

Ver comentários
Ver mais
Publicidade
C•Studio