Entre os prós e os contras de cada opção, o país coloca uma venda nos olhos como a justiça e tenta equilibrar os benefícios e os danos. O resultado é a ausência ou, pior, o protelamento de decisões. Nem falemos já de um tema que queima os dedos e as línguas nestes dias de fogo sem fim: porque é que 10, 20 ou 30 anos depois continuamos a discutir o ordenamento territorial e a preservação das florestas como se fosse um tópico que caiu ontem do céu? Porque Portugal continua a empurrar problemas para a frente ou a atirar dinheiro para cima deles sem os olhar como se fosse um duelo. Preferimos sempre refugiar-nos nas esquinas e olhar de soslaio para o que se passa.