A descarada propaganda enganosa sobre o IRA irá provavelmente aprofundar a desconfiança face à Administração que assola os Estados Unidos e muitas outras democracias. Os EUA precisam urgentemente de líderes que se expressem com franqueza, que prestem contas de forma honesta, que assumam a responsabilidade quando algo não funciona e que aprendam com os seus erros e com os dos seus antecessores.
Obviamente que há tempo para Biden recuperar. Mas a sua lua-de-mel claramente terminou com a decisão desastrosa de retirar do Afeganistão as últimas forças dos Estados Unidos sem um plano para uma saída em segurança dos norte-americanos, dos aliados e dos milhares de afegãos que arriscaram as suas vidas ao darem suporte no país às operações lideradas pelos EUA.
Na recessão da covid, as condições económicas estão demasiado ligadas à trajetória da pandemia para podermos prever com confiança o rumo da recuperação. A queda do produto e do emprego foi muito maior e aconteceu muito mais rápido do que na Grande Recessão, e a recuperação inicial em forma de V parece estar a desacelerar - e é provável que continue num ritmo mais modesto.
O que é evidente é que devemos aumentar os incentivos ao trabalho em tempos normais, quando os empregos são abundantes, ao mesmo tempo que fortalecemos a rede de segurança para quando não o são e para aqueles que não conseguem trabalhar.
Se os ganhos de produtividade forem e continuarem a ser escassos, como alertam os pessimistas, as autoridades nacionais e internacionais devem agir de forma apropriada. Alcançar um crescimento mais rápido a longo prazo deve ser a grande prioridade.
Com tantos candidatos ainda em jogo, os investidores e os mercados financeiros parecem aguardar sinais mais fortes sobre o futuro político e os riscos económicos e financeiros consideráveis (mas diferentes) que a vitória de cada um implicaria.
Existem muitas disputas territoriais e políticas profundamente controversas entre israelitas e palestinianos e, em algum momento, elas terão de ser resolvidas. Mas pelo menos agora os palestinianos podem começar a considerar o potencial económico da paz.
A partir de agora, a melhor coisa que os candidatos democratas têm a seu favor, na ausência de uma crise económica, é o comportamento de Trump, enquanto a melhor esperança de Trump é a agenda política radical de muitos candidatos democratas.
Com 2019 a começar, os líderes devem concentrar-se em questões internas básicas, enquanto caminham em direcção a modelos políticos mais flexíveis e descentralizados, capazes de governar populações diversas.
Depois de todos os esforços que Trump tem feito para ligar o seu nome à economia actual, não será fácil para ele transferir a culpa para a Fed, para os democratas ou para qualquer outra pessoa.
Depois das eleições de Novembro, a forte economia dos EUA pode ser ameaçada por uma escalada da guerra comercial ou pelo espectro de impostos mais altos.