A central de Hinkley e o futuro da energia
O Governo de Theresa May decidiu avançar com a construção da central nuclear de Hinkley. A francesa EDF e os chineses esfregaram as mãos. Mas o Governo britânico reservou para si o papel de controlo do investimento por razões de "segurança nacional".
A discussão começou. Até sobre o futuro da energia, como esclarece o incisivo Ambrose Evans-Pritchard, no Daily Telegraph: "A central nuclear de Hinkley, de 18 mil milhões de libras, será ultrapassada por um conjunto de tecnologias mais baratas ainda antes de ser inaugurada em finais da década de 2020 e arrisca degenerar num épico elefante branco através dos gordos subsídios que pagaremos na segunda metade do século XXI. (…) Quando a electricidade for armazenada a um custo viável, os problemas de intermitência das energias solar e do vento desaparecerão. Isto poderá tornar Hinkley um anacronismo em 2015."
A discussão começou. Até sobre o futuro da energia, como esclarece o incisivo Ambrose Evans-Pritchard, no Daily Telegraph: "A central nuclear de Hinkley, de 18 mil milhões de libras, será ultrapassada por um conjunto de tecnologias mais baratas ainda antes de ser inaugurada em finais da década de 2020 e arrisca degenerar num épico elefante branco através dos gordos subsídios que pagaremos na segunda metade do século XXI. (…) Quando a electricidade for armazenada a um custo viável, os problemas de intermitência das energias solar e do vento desaparecerão. Isto poderá tornar Hinkley um anacronismo em 2015."
No Financial Times, Martin Wolf centra-se mais no processo decisivo: "Esta decisão tinha de ser tomada pelo Governo. Nenhum processo competitivo de mercado tomou uma decisão assim ou teria permissão de a tomar. Este argumento não está restrito ao nuclear ou a outras formas de energia. É de um significado mais vasto. Algumas decisões só podem ser tomadas por governos ou agências com poder delegado." Para lá dos riscos e dos custos, Wolf argumenta que: "O sector privado também ignoraria elementos estratégicos na decisão como a segurança energética e a política de ambiente." Já Martin Kettle, no Guardian refere que: "A insistência de que o Governo necessita de poder para exercer o controlo sobre a propriedade de uma indústria em nome do interesse nacional parece sensata e moderada para muitas pessoas. Parece também revolucionária e radical. É um corte com o passado recente em que as forças de mercado global sempre foram tratadas como a única fonte segura para decisões de propriedade."
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