PCP diz que nacionalização do Novo Banco seria operação "neutra"
O Partido Comunista Português, que propõe a nacionalização do Novo Banco, considera que a operação poderia ter um efeito contabilístico neutro, mas admite que o Estado teria sempre perdas com a operação a menos que aparecesse um comprador disposto a pagar os 4.900 milhões de euros investidos pelo Estado e pela banca.
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"A operação parece neutra do ponto de vista contabilístico", considerou Miguel Tiago em declarações no Fórum TSF na manhã desta quarta-feira, 24 de Fevereiro. O deputado comunista defendeu que o Fundo de Resolução poderia pagar ao Estado o empréstimo concedido em Agosto de 2014 (de 3,9 mil milhões de euros) e, posteriormente, o Estado recompraria a totalidade do capital do banco.
Contudo, admite que a solução poderia levar os cofres públicos a não recuperarem o dinheiro já investido e a assumirem a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo injectado pela banca no Fundo de Resolução: "Já pagámos [Estado] e não temos forma de reaver esse dinheiro [3,9 mil milhões de euros]. (…) A única solução era alguém oferecer no mínimo 4,9 mil milhões de euros pelo banco para o Estado também pagar a parte que a banca pagou", afirmou o deputado.
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O facto de a maior parte dos 700 milhões de empréstimo da banca ao Fundo caber à CGD também sustenta o argumento do deputado comunista, que considera que a operação feita neste caso entre as duas entidades públicas reforçaria os rácios de capital da Caixa. "Será sempre um melhor negócio ficar com toda a actividade do banco do que apenas a má e vender a boa por uma bagatela", defendeu.
O PCP apresentou esta terça-feira um projecto de resolução que defende a nacionalização do Novo Banco, entidade que resultou da resolução do Banco Espírito Santo em 2014, herdando os activos saudáveis da antiga instituição.
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A proposta do PCP chega numa altura em que o Banco de Portugal retomou o processo de venda do Novo Banco. A instituição deverá apresentar resultados de 2015 esta quarta-feira.
O ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, defendeu esta quarta-feira à TSF que a solução de nacionalização do banco seria uma oportunidade para Portugal liderar o movimento de consolidação na banca nacional nos próximos anos, impedindo o controlo exclusivo do sistema financeiro por entidades externas.
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