Gás natural em fuga do Mar Vermelho
A artéria comercial mais importante do mundo continua muito arriscada para navegação. O conflito no Mar Vermelho escala à medida que a interrupção da rota comercial se estende ao setor energético, após os ataques liderados pelos Estados Unidos contra os houthis.
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A QatarEnergy, segundo maior exportador mundial de gás natural, suspendeu a navegação pelo Mar Vermelho, ao reter pelo menos quatro navios-tanque de GNL, disse uma fonte à Reuters.
Além destes, seis empresas petrolíferas também se afastaram da chamada "zona de perigo" e percorrem mais quilómetros ao longo de África. São agora 15 os petroleiros que desviaram as rotas desde os ataques da semana passada no Iémen. Os houthis alertaram sobre as represálias, que não tardaram em chegar.
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Esta segunda-feira, os rebeldes atacaram um navio comercial dos Estados Unidos com um míssil balístico antinavio perto do porto de Aden, no Iémen. O ataque causou um incêndio no porão do navio Gibraltar Eagle, que navega sob a bandeira das Ilhas Marshall, mas não causou feridos e o navio pôde seguir viagem, segundo a empresa britânica de segurança marítima Ambrey. Esta decisão pode significar o alargamento da "lista negra" dos houthis, cujos alvos diziam apenas ser navios provenientes de Israel ou aqueles a caminho desse país. Nasruldeen Amer, porta-voz do grupo, disse ao Al Jazeera que os Estados Unidos estavam "perto de perder a sua segurança marítima". "O navio não precisa necessariamente de estar a ir para Israel para que possamos atingi-lo; basta que seja americano", afirmou.
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O Comando Central das Forças Navais norte-americanas alertou que a atual instabilidade poderá durar "algum tempo", o que provoca o aumento dos custos de transporte e, consequentemente, uma nova onda de inflação - isto porque a rota pelo Mar Vermelho é substituída por navegações mais longas ao redor de África, levando ao atraso de entrega de mercadorias.
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Os rebeldes, que dizem estar a agir em solidariedade com os palestinianos, têm aumentado os ataques a navios desde o final do ano passado. Há vários anos que os rebeldes do Iémen, apoiados pelo Irão, estão em guerra com uma coligação liderada pelos sauditas. As atenções dos houthis estão agora viradas para o território marítimo, com o objetivo de pressionar Israel após o início da guerra na Faixa de Gaza há mais de 100 dias.
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*Texto editado por Cláudia Arsénio
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