Europa estreia novembro com maioria ligeira de ganhos. Setor automóvel impulsiona
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos em toda a linha
Libra desvaloriza em semana de reunião do Banco de Inglaterra
Petróleo perde terreno apesar de OPEP+ ter anunciado suspender aumentos de produção
Ouro dança em torno dos 4 mil dólares de olhos postos nos salários norte-americanos
Wall Street soma ganhos na primeira sessão do mês. Palantir valoriza 2% em dia de resultados
Euribor desce a 3 meses e sobe a 6 e a 12 meses
Europa estreia-se em novembro com nota positiva. Renault acelera 3%
Juros praticamente inalterados na Zona Euro. Lane centra atenções
Dólar gravita em torno de máximos de três meses
Ouro recupera de abalo e segura-se nos 4 mil dólares
Petróleo avança após OPEP+ travar aumentos de produção em 2026
Ásia arranca novembro em alta. Europa encaminha-se para ganhos
Europa estreia novembro com maioria ligeira de ganhos. Setor automóvel apoia valorizações
Os principais índices europeus fecharam a primeira sessão do mês de novembro em terreno dividido, ainda que com uma maioria ligeira de ganhos, numa altura em que os investidores continuam a centrar atenções na época de resultados das cotadas do Velho Continente.
O setor automóvel foi o grande destaque da sessão, com a Volkswagen e a Renault a valorizarem mais de 2%, depois de se saber que a China deverá estar prestes a flexibilizar a sua proibição de exportação de “chips”. Nesta linha, a decisão de Pequim deve aliviar o risco de abastecimento a curto prazo para as fabricantes automóveis e os seus fornecedores, disseram à Bloomberg analistas da Oddo BHF.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – avançou 0,07%, para os 572,28pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,73%, o espanhol IBEX 35 ganhou 0,03%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,11%, o português PSI subiu 0,23%, o francês CAC-40 perdeu 0,14%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,16% e o neerlandês AEX perdeu 0,05%.
Os movimentos relativamente contidos dos índices durante o dia de hoje chegam depois de o "benchmark” regional ter subido cerca de 2,5% em outubro, o quarto ganho mensal consecutivo para o Stoxx 600, apoiado por lucros positivos e pelo abrandamento das tensões comerciais entre os EUA e a China. O índice de referência negoceia agora 13% acima dos valores com que arrancou o ano.
Além dos resultados das cotadas, os investidores também se concentraram nos dados mais recentes vindos da China, onde a atividade industrial cresceu menos do que o previsto em outubro, aumentando a preocupação em torno da saúde da segunda maior economia mundial.
Entre os movimentos do mercado, a Davide Campari-Milano caiu 2,40% depois de procuradores italianos terem ordenado a apreensão de cerca de 1,3 mil milhões de euros em ações da holding que controla a fabricante de bebidas, no âmbito de uma investigação por alegada fraude fiscal. Já o italiano BFF Bank escalou mais de 4%, depois de o Banco de Itália ter removido restrições impostas anteriormente relativas à distribuição de lucros da instituição financeira.
Entre os setores, os media (-1,75%) e os recursos naturais (-1,49%) registaram as maiores perdas. Já o setor automóvel (+0,73%) e o tecnológico (+0,61%) lideraram os ganhos.
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram agravamentos em toda a linha durante o dia de hoje, com os investidores a mostrarem apetite por ativos de risco, como as ações, num dia em que os principais índices bolsistas do continente registaram uma maioria ligeira de valorizações.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 2,7 pontos-base, para 3,013%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade subiu 2,8 pontos, para 3,167%.
Já os juros da dívida soberana italiana avançaram 2,7 pontos, para 3,408%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa seguiu a mesma tendência e agravou-se em 2,3 pontos-base, para 3,442%. Os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, registaram a maior subida e avançaram 3,4 pontos, para os 2,665%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravaram-se em 2,6 pontos-base, para 4,433%.
Libra desvaloriza em semana de reunião do Banco de Inglaterra
O dólar negoceia esta tarde perto de máximos de três meses em relação a um conjunto das suas principais concorrentes, antes de serem conhecidos dados económicos como o relatório do emprego no setor privado norte-americano, que poderá dar pistas sobre a saúde da maior economia mundial, à medida que prossegue o “shutdown” do governo federal.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,14%, para 99,947 pontos.
A Reserva Federal (Fed) baixou as taxas de juro em 25 pontos base na semana passada, como esperado pelos mercados, mas o presidente do banco central, Jerome Powell, sinalizou que esta poderá ser a última redução das taxas diretoras este ano, citando o risco de tomar decisões sem um panorama mais robusto do estado da economia. Se não fosse a paralisação do governo dos EUA, os dados que iriam ser divulgados esta semana, incluindo os referentes aos pedidos de subsídio de desemprego, teriam ajudado a compor esse quadro.
A esta hora, o dólar avança 0,10%, para os 154,140 ienes.
Pela Europa, a libra segue a perder terreno e desvaloriza 0,14%, para os 1,314 dólares, uma vez que as expectativas do mercado referentes a outro corte nas taxas de juro pelo Banco da Inglaterra (BoE) aumentaram, após a divulgação de dados da inflação abaixo do esperado no mês passado.
O BoE vai reunir-se na quinta-feira e alguns analistas preveem já um corte de 25 pontos-base, ainda que a maioria esteja à espera que o banco central deixe as taxas inalteradas na sua reunião deste mês.
Por cá, a moeda única cai 0,16%, para 1,152 dólares.
Petróleo perde terreno apesar de OPEP+ ter anunciado suspender aumentos de produção
Os preços do petróleo negoceiam sem grandes alterações nesta segunda-feira, apesar de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) terem anunciado que planeiam suspender os seus aumentos de produção no primeiro trimestre do próximo ano, com o “ouro negro” a ser pressionado por dados económicos fracos vindos da China.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza 0,33% para os 60,80 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a recuar 0,22% para os 64,63 dólares por barril.
A OPEP+ concordou neste no domingo em aumentar a produção em 137 mil barris por dia (bpd) em dezembro e suspender os aumentos no primeiro trimestre do próximo ano. No mês passado, a Agência Internacional de Energia afirmou que o mercado global do petróleo enfrenta um excedente de até 4 milhões de bpd no próximo ano. A OPEP, por sua vez, espera que a oferta e a procura globais de crude se equilibrem no próximo ano.
No plano geopolítico, os “traders” continuam a seguir de perto os ataques ucranianos a infraestruturas energéticas da Rússia, que podem causar mais disrupções no abastecimento do mercado petrolífero. Este domingo, Kiev atingiu Tuapse, um dos principais portos petrolíferos do país no Mar Negro, causando um incêndio e danificando pelo menos um navio.
Ambos os "benchmarks" encerraram outubro com um saldo negativo superior a 2% - o terceiro mês consecutivo de perdas, que contou ainda com um mínimo de cinco meses.
Ouro dança em torno dos 4 mil dólares de olhos postos nos salários norte-americanos
O ouro segue a valorizar esta terça-feira, depois de ter começado a sessão com perdas, pressionado pelo fim de um desconto fiscal que a China concedia aos retalhitas e que pode ter impacto na procura pelo metal precioso.
A esta hora o ouro ganha 0,54% para 4.024,5 dólares por onça, antecipando a divulgação dos dados dos salários do setor privado norte-americano, que serão publicados esta semana e que poderão ajudar a perceber melhor quais as probabilidades de a Reserva Federal dos EUA proceder a um novo corte das taxas de juro em dezembro - algo que o presidente Jerome Powell não dá como certo.
"O ouro está em vias de definir uma faixa de negociação, talvez entre os 3.000 e os 4.000 dólares. Trata-se de uma consolidação esperada após uma variação tão significativa", disse á Reuters Edward Meir, analista da Marex, referindo-se às quedas acentuadas registadas no final de outubro, que se seguiram a dezenas de recordes de preço este ano.
Apesar das quedas que chegaram a ser de 5% no mês passado, o ouro mantém os ganhos anuais de mais de 50% e as perspetivas continuam a ser de crescimento. "As alterações fiscais no país que mais consome ouro vão afetar o sentimento global. Mas a recuperação dos mercados de Londres na segunda-feira, após a fraqueza durante o horário asiático, mostra que o otimismo continua forte, afirmou Adrian Ash, diretor de investigação da BullionVault.
Wall Street soma ganhos na primeira sessão do mês. Palantir valoriza 2% em dia de resultados
Os principais índices norte-americanos negoceiam com ganhos na primeira sessão do mês, à medida que os investidores continuam a seguir de perto a “earnings season”, num dia em que os resultados da tecnológica Palantir - que avança a esta hora mais de 2% - irão centrar atenções após o fecho do mercado norte-americano.
O S&P 500 sobe 0,26%, para os 6.840,20, o tecnológico Nasdaq Composite pula 0,86% para os 23.929,86. Já o Dow Jones recua 0,07% para os 47.528,05.
A recuperação dos ativos de risco segue a ganhar força nesta segunda-feira, com os mercados a deixarem de lado preocupações com as elevadas avaliações das cotadas – sobretudo as ligadas à inteligência artificial (IA) -, enquanto os lucros apresentados continuam a superar as expectativas e as grandes empresas de tecnologia a alimentar o otimismo em torno do investimento em IA.
Esta semana, dados laborais do setor privado estarão em destaque — com a paralisação do Governo Federal a caminho de se tornar a mais longa da história —, depois de o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, ter alertado que um corte nas taxas em dezembro não é certo.
“O crescimento dos lucros está presente, o impulso está presente e, a nível macroeconómico — embora ainda seja muito volátil — as coisas estão a avançar na direção certa”, disse à Bloomberg Andrea Gabellone, da KBC Global Services. “Não vejo qualquer razão para que a recuperação não se consolide e até suba ainda mais”, defende o especialista.
E a par dos dados do emprego que serão divulgados nesta quarta-feira, os investidores irão estar atentos a comentários de uma vários membros da Fed ao longo da semana, enquanto os mercados seguem a reduzir a probabilidade de os decisores de política monetária avançarem com uma nova flexibilização das taxas em dezembro.
Nesta linha, os “traders” estão agora a prever uma probabilidade de 60% de um corte no próximo mês e cerca de duas reduções de 25 pontos-base até ao fim do mandato de Powell, que termina em maio. “Houve alguma deceção após as palavras do presidente da Fed, mas o mercado vai digerir isso e reposicionar-se”, refere à agência de notícias financeiras Guillermo Hernandez Sampere, da gestora de ativos MPPM.
Entre os movimentos do mercado, a Microsoft segue a ganhar 1,18%, depois de ter assinado um acordo de 9,7 mil milhões de dólares com a australiana IREN para ter acesso a processadores da Nvidia - tornando-se o maior cliente da empresa australiana - e comprometeu-se a investir mais de 7,9 mil milhões em IA na Arábia Saudita nos próximos quatro anos. Já a Kimberly-Clark afunda mais de 12%, após ter concordado em comprar a Kenvue (+16,17%) numa transação que avalia a empresa de saúde e proprietária de marcas como o Tylenol, em cerca de 40 mil milhões de dólares.
Quanto às restantes “big tech”, a Nvidia pula 3,41%, a Alphabet sobe 0,12%, a Amazon valoriza 5,28% - depois de fechado um acordo com a OpenAI de 38 mil milhões de dólares para fornecer poder de computação ao ChatGPT -, a Apple cai 0,37% e a Meta avança 0,80%.
Euribor desce a 3 meses e sobe a 6 e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira, depois de ter terminado outubro com a média mensal a subir nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,023%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,142%) e a 12 meses (2,199%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,142%, mais 0,004 pontos do que na sexta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro indicam que a Euribor a seis meses representava 38,3% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,87% e 25,33%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,199%, mais 0,003 pontos do que na sessão anterior.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 2,023%, menos 0,017 pontos do que na sexta-feira.
Em relação à média mensal da Euribor esta subiu de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em outubro subiu 0,007 pontos para 2,034% a três meses e 0,005 pontos para 2,107% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em outubro, designadamente 0,015 pontos para 2,187%.
Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela terceira reunião de política monetária consecutiva, como tinha sido antecipado pelo mercado e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, considerou no final da reunião na quinta-feira em Florença que a entidade se encontra "em boa posição" do ponto de vista da política monetária, mas que não é um lugar fixo.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 e 18 de dezembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa estreia-se em novembro com nota positiva. Renault acelera 3%
As bolsas europeias arrancaram a primeira sessão de novembro com nota positiva, numa altura em que os investidores se posicionam para uma semana repleta de resultados trimestrais e de decisões de bancos centrais. O setor energético e automóvel estão em destaque esta manhã, com o primeiro a beneficiar de um aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, à boleia da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de parar com os aumentos de produção no primeiro trimestre de 2026.
A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avança 0,45% para 574,44 pontos, bastante próximo dos máximos históricos de 577,68 pontos atingidos no mês passado. Desde o arranque do ano, o índice já valorizou mais de 13%, tendo fechado outubro em alta - o quatro mês consecutivo de ganhos, conquistados à boleia de uma época de resultados mais resiliente do que antecipado e um recuo nas tensões comerciais entre EUA e China.
Entre os principais movimentos de mercado, a Renault acelera 3,29% para 34,81 euros, depois de os chineses donos da Volvo terem adquirido 26,4% da unidade brasileira da fabricante de automóveis. O Chief Growth Officer da Renault, Fabrice Cambolive, indicou ainda que a empresa prepara-se para assinar mais parcerias com produtoras mundiais.
Já a Ryanair cai 1,49% para 25,86 euros, apesar de ter visto os seus lucros semestrais dispararem. A companhia aérea registou um resultado líquido de 2.538,8 milhões de euros no primeiro semestre do exercício de 2026, terminado a 30 de setembro, um aumento de 42% face ao período homólogo.
Os investidores preparam-se agora para receber mais resultados trimestrais do setor automóvel, como a Ferrari e a BMW, bem como do Commerzbank, Aramco e da Vestas. No radar vai estar ainda a Rheinmetall, numa altura em que o setor da defesa continua em foco, com vários países europeus a aumentarem os gastos com o setor.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX avança 0,86%, o espanhol IBEX 35 sobe 0,55%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,63%, o francês CAC-40 ganha 0,20%, o britânico FTSE 100 acelera 0,16% e o neerlandês AEX avança 0,46%.
Juros praticamente inalterados na Zona Euro. Lane centra atenções
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a negociar praticamente inalterados esta segunda-feira, com aumentos muito ligeiros, num dia marcado pela ida ao mercado obrigacionista da União Europeia (UE) com maturidades de médio e longo prazo e pelo discurso de Philip Richard Lane do Banco Central Europeu (BCE).
A esta hora, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, avançam 0,6 pontos base para 2,637%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade sobe 0,2 pontos para 3,422%. Por Itália, os juros da dívida soberana a dez anos seguem inalterados nos 3,381%.
Pela Península Ibérica, a tendência de agravamentos bastante ligeiros continua, com os juros da dívida portuguesa a dez anos a ganharem 0,5 pontos base para 2,991% e os da espanhola a subirem 0,3 pontos para 3,142%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas também a dez anos aumentam apenas 0,1 pontos base para 4,408%.
Dólar gravita em torno de máximos de três meses
O dólar está a negociar perto dos máximos de três meses atingidos na semana passada, registando ligeiros ganhos esta segunda-feira, numa altura em que os investidores aguardam novos dados para conseguirem medir a vitalidade da economia norte-americana. A "nota verde" conseguiu acelerar no final da semana anterior à boleia da posição mais "hawkish" da Reserva Federal (Fed) - e os mercados querem, agora, perceber se o "rally" tem pernas para andar.
A esta hora, o euro recua 0,10% para 1,1526 dólares, enquanto a libra cede 0,16% para 1,3131 dólares. Já a divisa norte-americana ganha 0,13% para 154,18 ienes, negociando em máximos de oito meses e meio, apoiada pelo diferencial entre as taxas de juro dos dois países. No entanto, é de notar que a negociação deste par cambial está bastante limitada esta segunda-feira, devido a um feriado nacional no Japão.
"A falta de informação [do lado dos EUA] está a contribuir para uma certa calma nos mercados", explica Rodrigo Catril, estratega de câmbio do National Australia Bank, à Reuters. "E, por enquanto, suponho que o que poderia quebrar essa calma numa altura em que o 'shutdown' ainda está em curso, seria uma grande surpresa em termos de divulgações de dados privados" referentes à economia norte-americana, acrescenta o analista.
Com o "shutdown" parcial do governo federal dos EUA, que se arrasta já há mais de um mês, a adiar a divulgação dos dados da criação de emprego inicialmente previstos para esta sexta-feira, os investidores estão agora de olhos postos noutros indicadores - como é o caso dos números da ADP e os índices de gestores de compra (PMI) referentes a outubro.
Ouro recupera de abalo e segura-se nos 4 mil dólares
O ouro está a recuperar o brilho perdido durante a madrugada, quando chegou a negociar abaixo dos 4 mil dólares pressionado pela decisão das autoridades chinesas de acabar com um incentivo fiscal para a compra do metal precioso por parte dos investidores de retalho. A matéria-prima chegou a perder mais de 1% do seu valor esta segunda-feira, mas entretanto conseguiu recuperar e já negoceia no verde.
O metal amarelo avança, a esta hora, 0,37% para 4.018,80 dólares por onça, impulsionado por uma "nota verde" a perder alguma da força conquistada na semana passada - e que viu a divisa a ascender a máximos de três meses. "É mais uma questão de posicionamento do lado do dólar, dado que a força da moeda começou a estabilizar, o que, por sua vez, causou uma ligeira subida no ouro", explica Kelvin Wong, analista de mercados da OANDA, à Reuters.
Em outubro, o metal precioso atingiu os 4.381,58 dólares por onça - o valor mais elevado de sempre. No entanto, desde esse momento tem negociado com bastante volatilidade e à procura de novos catalisadores, principalmente depois de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, ter lançado a incerteza nos mercados em torno de um novo corte nas taxas de juro em dezembro.
Na última reunião, a autoridade monetária decidiu aliviar a sua política em 25 pontos base - o segundo corte do ano e o terceiro desde o início deste ciclo de alívio. Os mercados apontavam para mais uma redução no próximo mês, mas Powell foi perentório: "uma nova redução da taxa de juro diretora na reunião de dezembro está longe de ser uma conclusão garantida", disse na quarta-feira passada, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária.
As palavras do presidente da Fed abalaram a confiança dos mercados, que já tinham praticamente incorporado um novo alívio ainda este ano. Os investidores veem agora uma probabilidade de 71% do banco central avançar com um novo corte, contra os 90% registados antes da reunião de outubro da autoridade monetária.
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