Principais bolsas europeias fecham com ganhos. Londres foi exceção
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
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Principais bolsas europeias fecham com ganhos. Londres foi exceção
A tendência das principais bolsas de valores europeias foi de ganhos nesta quarta-feira. O desempenho positivo foi impulsionado pelas notícias de fusões e aquisições no setor da banca espanhola, mas também pelo acordo comercial firmado pelos EUA e pelo Vietname, que dá perspetivas de novos entendimentos nos próximos tempos.
O Stoxx 600, o índice de referência da Europa, terminou no verde, com ganhos de 0,18% nos 541,21 pontos. O espanhol IBEX avançou 0,41%, resultado para o qual contribuiu o desempenho do banco Sabadell (+5,2%), após as notícias de venda da operação britânica ao rival Santander e em plena OPA do BBVA.
O índice alemão DAX chegou a registar perdas na sessão, mas terminou o dia a crescer 0,49%, impulsionado pela notícia da aprovação da UE à aquisição da About You pela germânica Zalando. Já o CAC 40 fechou esta quarta-feira com ganhos de 0,99%, a maior subida entra as principais praças europeias. Em Amesterdão, os ganhos foram de 0,15%.
A praça londrina FTSE foi, entre as maiores praças, a única a 'remar contra a maré', tendo registado uma perda de 0,12%, depois de a reforma da Segurança Social do governo trabalhista ter fracassado, perante a oposição interna de vários deputados, colocando em risco a ministra das Finanças, Rachel Reeves.
Para este resultado contribuiu também o tombo da empresa de fornecimento de software Bytes Technology Group, que emitiu uma nota a alertar para uma revisão em baixa dos resultados da empresa – também por influência indireta do anúncio de despedimentos da Microsoft.
Apesar do desempenho positivo recente das bolsas europeias, que terminaram a primeira metade do ano com ganhos de 6,6%, segundo a Bloomberg, a valorização do euro face ao dólar poderá vir a representar um desafio futuro para os investidores. "Nem todos os analistas terão tido em conta o impacto cambial nas suas estimativas", comentou Karen Georges, gestora de fundos de ações na Ecofi, à agência de notícias.
Juros britânicos disparam quase 16 pontos e contagiam Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram grandes movimentações esta quarta-feira, contagiados pelo "sell-off" de "Gilts" britânicas, depois de o Governo de Keir Starmer ter sido obrigado a dar vários passos atrás nos seus planos para cortar benefícios da Segurança Social e a ministra das Finanças, Rachel Reeves, ter-se apresentado bastante nervosa ao Parlamento. Os mercados estão a questionar o futuro de Reeves à frente de uma das pastas mais importantes do Executivo, apesar de o primeiro-ministro ter demonstrado "total apoio" à economista.
Os juros das "Gilts" britânicas a dez anos encerraram a sessão desta quarta-feira a disparar 15,9 pontos base para 4,617%, com os investidores a anteciparem uma maior necessidade de financiamento do Governo para manter a Segurança Social à tona. O movimento de "sell-off" alastrou-se para as restantes economias europeias, com a "yield" das "Bunds" alemãs com a mesma maturidade - de referência para a região - a avançar 6,3 pontos para 2,630% e a das obrigações francesas a crescer 7 pontos para 3,322%.
Nos países do sul da Europa, os juros da dívida portuguesa a dez anos saltaram 9,1 pontos base para 3,113%, enquanto os das obrigações espanholas aceleraram 6,9 pontos para 3,284% e os das francesas agravaram-se em 7 pontos para 3,322%.
Fora da Europa, os juros das "Tresuries" norte-americanas avançam em menor magnitude, registando ganhos de 5,5 pontos base para 4,269%.
Dólar recupera terreno. Libra em queda livre após percalço trabalhista no Parlamento
O dólar está a recuperar algum do terreno perdido nos últimos meses face ao euro, mas continua sem conseguir levantar-se dos escombros que atiraram a "nota verde" para mínimos de setembro de 2021. A divisa norte-americana continua sob forte pressão, numa altura em que se aproxima o prazo imposto por Donald Trump para chegar a acordos comerciais com os seus parceiros e o megapacote da atual administração - que deve ter um impacto de mais de 3 biliões nas contas públicas - passou à tangente no Senado do país.
A moeda aguarda, agora, pelos dados da criação de emprego, que vão ser conhecidos já na quinta-feira, à procura de novos catalisadores. Segundo dados da ADP, uma empresa privada de processamento de salários, a economia norte-americana perdeu 33 mil postos de trabalho no último mês - o que, a confirmar-se, pode dar ainda mais argumentos à Reserva Federal (Fed) dos EUA para cortar nas taxas de juro e, por conseguinte, enfraquecer ainda mais a posição do dólar no mercado internacional.
A esta hora, o euro recua 0,33% para 1,1767 dólares, enquanto a "nota verde" consegue acelerar 0,44% para 144,50 dólares. Já a queda da libra é mais acentuada, com a divisa britânica a ceder 1,07% para 1,3599 dólares, numa altura em que os investidores estão a antecipar uma substiuição no Executivo de Keir Starmer.
Esta quarta-feira, a ministra das Finanças, Rachel Reeves, apresentou-se ao Parlamento bastante nervosa, um dia depois de o Governo ter sido obrigado a dar um passo atrás em relação aos seus planos de cortar uma série de benefícios da Segurança Social. Mesmo com as cedências do primeiro-ministro, o pacote legislativo mereceu o voto contra de 49 deputados trabalhistas - uma revolta dentro do partido que está a pôr em causa a autoridade de Starmer.
"Rachel Reeves está numa posição bastante difícil na sequência de uma série de reviravoltas, o que significa que as poupanças que antes se esperavam, provavelmente, não vão acontecer", explica Dani Hewson, analista da AJ Bell, à Reuters. "O que se passou hoje no parlamento perturbou muito os investidores, com o mercado cada vez mais preocupado com a posição de Reeves", acrescenta. Contudo, o gabinete do primeiro-ministro garantiu a sua continuidade.
Petróleo avança com nova tensão no Médio Oriente e dólar mais fraco
Os preços do petróleo seguem a valorizar esta quarta-feira, impulsionados pela decisão do Irão de suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e pela fraqueza do dólar, que pode incentivar a procura por parte de compradores estrangeiros.
O Brent, referência europeia, sobe 0,48% para 67,43 dólares por barril, enquanto o WTI, de referência para os Estados Unidos da América, avança 0,41% para 65,72 dólares.
De acordo com a Reuters, Teerão aprovou uma nova lei que determina que quaisquer futuras inspeções da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) às suas instalações nucleares requerem agora autorização do Conselho Supremo de Segurança Nacional. A medida alimenta receios geopolíticos, embora ainda não existam interrupções concretas na oferta. “O mercado está a incorporar algum prémio de risco geopolítico com a decisão do Irão, mas por enquanto é apenas sentimento - não há disrupções”, comentou Giovanni Staunovo, analista do UBS.
Apesar das expectativas de aumento da produção por parte da OPEP+ já estarem em grande medida refletidas nos preços, os volumes adicionais prometidos para julho, de 411 mil barris por dia, ainda não chegaram ao mercado em força. Segundo dados da Kpler, a Arábia Saudita aumentou os seus envios em 450 mil barris por dia em junho face a maio, o maior crescimento em mais de um ano. No entanto, as exportações totais do grupo têm-se mantido estáveis ou em ligeira queda desde março.
“O fornecimento adicional está a ser, em grande parte, consumido internamente, à medida que o calor do verão aumenta a procura energética nos países produtores”, observou Giovanni Staunovo.
A fraqueza do dólar continua a apoiar os preços, com o índice da moeda norte-americana a cair para mínimos de três anos e meio face às principais divisas. Um dólar mais fraco torna o petróleo mais atrativo para compradores que utilizam outras moedas.
Os investidores vão também digerir os dados oficiais dos inventários de crude nos EUA desta quarta-feira, bem como o relatório mensal de emprego de quinta-feira, que poderá moldar as expectativas quanto ao calendário de cortes das taxas de juro por parte da Reserva Federal.
Preço do ouro entre oscilações com expectativa de redução das taxas de juro pela Fed
Nesta quarta-feira, o metal amarelo sofre algumas oscilações de preço. O mercado abriu com o ouro a preços mais baixos, no entanto, durante o dia, o ouro subiu 0,3% para 3.347,59 dólares a onça. De acordo com a Reuters, a subida deve-se aos dados sobre o emprego nos Estados Unidos, que ficaram abaixo do esperado e, consequentemente, alimentaram a expectativa de que a Reserva Federal procederá a um corte das taxas de juro mais cedo do que o previsto.
Contudo, a esta hora, o ouro volta a assinalar uma descida. O metal precioso cede 0,13% para 3.334,62 dólares a onça.
O relatório nacional de emprego da ADP revelou que os empregos privados nos EUA caíram inesperadamente em junho, com uma perda líquida de 33 mil postos de trabalho, tornando-se no pior registo desde o início de 2023. Além disso, os ganhos de maio foram revistos em baixa. Esta deterioração do mercado laboral levou os investidores a reforçarem as apostas num corte de 67 pontos base nas taxas da Fed ainda este ano, acima dos 64 pontos base anteriormente estimados.
“Este resultado desanimador está a dar um bom impulso ao ouro”, afirmou Tai Wong, “trader” independente de metais, à Reuters.
Os investidores permanecem atentos à divulgação do relatório de empregos não agrícolas, agendada para quinta-feira, o qual poderá ser determinante para a decisão da Fed na sua próxima reunião. Apesar de Jerome Powell ter reafirmado que o banco central continuará a agir com prudência, o presidente da Fed não descartou um corte já este mês, dependendo dos dados económicos.
O ouro, tradicionalmente procurado como refúgio em períodos de incerteza, tende também a beneficiar de taxas de juro mais baixas. A tensão em torno da política fiscal dos EUA e a incerteza relacionada com as tarifas antes do prazo de 9 de julho continuam igualmente a sustentar o apetite por ativos considerados mais seguros.
Arrefecimento do mercado de trabalho deixa Wall Street sem rumo
Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta quarta-feira sem rumo, após novos dados relativos ao mercado laboral norte-americano terem demonstrado uma queda inesperada na criação de emprego. Os dados ainda não são oficiais - esses vão ser conhecidos já na quinta-feira -, mas sinalizam um mercado em abrandamento, numa altura em que a Reserva Federal (Fed) dos EUA tem demonstrado grande relutância em cortar nas taxas de juro.
De acordo com a ADP, uma empresa privada de processamento de salários, a economia norte-americana perdeu 33 mil postos de trabalho no último mês, em claro contraste com as previsões dos analistas que apontavam para um aumento de 95 mil postos. A ADP também decidiu rever em baixa os números referentes a maio, demonstrando agora que foram criados apenas 29 mil postos de trabalho - contra os 37 mil inicialmente apontados.
Neste contexto, o S&P 500 negoceia praticamente inalterado, avançando 0,01% para 6.198,87 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recupera 0,28% para 20.259,07 pontos. Já o industrial Dow Jones cede 0,14% para 44.428,31 pontos. Este último índice conseguiu sobreviver à maré vermelha que assolou Wall Street na sessão passado, com os investidores a apostarem numa rotação de ativos, ao desviarem a sua atenção de grandes para pequenas empresas.
Estes dados deixam Ross Mayfield, estratega de investimentos da Baird, dividido. "Por um lado, o salário ainda é forte, o que é extremamente importante para a economia dos EUA. Por outro, se não se tratar de uma questão sazonalidade, é o início de uma tendência a longo prazo nos empregos mais qualificados que se repercurtirá no mercado como um todo", contou à Reuters.
Os investidores encontram-se ainda a reagir à "luz verde" dada ao megapacote fiscal da administração Trump por parte do Senado norte-americano. O projeto passou à rasca na Câmara Alta do Congresso, com o vice-presidente a ter de desempatar a votação, mas ainda tem de obter uma nova aprovação da Câmara de Representantes. Espera-se um impacto de 3,3 biliões de dólares nas contas públicas dos EUA.
Entre as principais movimentações de mercado, a Telsa recupera das grandes quedas da sessão anterior, avançando 3,34% para 310,75 dólares, num dia em que foi conhecido que a fabricante de veículos elétricos viu as suas vendas trimestrais a nível global caírem 13%. Já a Microsoft negoceia praticamente inalterada, depois de a tecnológica ter anunciado que vai cortar mais nove mil postos de trabalho em todo o mundo.
Euribor desce e a seis meses atinge novo mínimo desde outubro de 2022
A Euribor desceu hoje a três, a seis meses e a 12 meses, em relação a terça-feira, e atingiu um novo mínimo desde 17 de outubro de 2022 na taxa a seis meses.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 1,958%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,033%) e a 12 meses (2,055%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu hoje, ao ser fixada em 2,033%, menos 0,018 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.
No prazo de três meses, a taxa Euribor, que está abaixo de 2% desde 24 de junho, desceu hoje para 1,958%, menos 0,003 pontos do que na terça-feira.
No mesmo sentido, a Euribor a 12 meses, desceu para 2,055%, menos 0,015 pontos do que na terça-feira.
Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.
Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.
A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Arranque positivo nas bolsas europeias apesar de receios com impacto cambial
As principais bolsas europeias iniciam a sessão desta quarta-feira em alta, sustentadas pelo aumento da atividade de fusões e aquisições. O Stoxx 600 sobe 0,23% para 541,51 pontos, com destaque positivo para os setores do consumo e retalho, enquanto as industriais mostram-se mais pressionadas, de acordo com a Bloomberg.
Em Lisboa, o PSI avança 1,03% para 7.672,19 pontos, impulsionado sobretudo pelo setor bancário. Também o espanhol IBEX ganha 0,62% para 14.074,60 pontos, com o Banco Sabadell a valorizar 3,4% após o Santander ter acordado a compra da sua unidade britânica TSB por 3,64 mil milhões de dólares.
Entre os restantes principais índices, o alemão DAX soma 0,35% e o francês CAC 40 avança 0,67%. Em Londres, o FTSE 100 regista ganhos mais tímidos, de 0,13%, apesar da valorização de 4,8% da Spectris, depois da proposta da KKR de 40 libras por ação superar a oferta da Advent. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,05%.
As ações europeias tiveram um primeiro semestre sólido, com ganhos de 6,7%. No entanto, permanecem as dúvidas sobre a resiliência dos lucros. “É possível que haja surpresas desagradáveis na frente cambial”, comentou Karen Georges, gestora de fundos de ações da Ecofi, acerca da subida do euro em relação ao dólar, que pode criar dificuldades cambiais para as empresas.
Juros das dívidas europeias agravam-se com nova emissão alemã e declarações do BCE
As “yields” das dívidas soberanas europeias registam um agravamento generalizado esta quarta-feira, num dia marcado pela emissão de um novo título alemão a dez anos e por declarações de responsáveis do Banco Central Europeu, no encerramento do fórum de Sintra.
Na Alemanha, a referência europeia, os juros das "bunds" a dez anos seguem inalterados nos 2,629%, com o mercado a antecipar a colocação de uma nova linha de dívida no valor de seis mil milhões de euros. Em França, os juros sobem 3,2 pontos para 3,280%, enquanto em Itália, o avanço é de três pontos base, para 3,476%. Espanha acompanha a tendência, com a “yield” a subir 3 pontos-base para 3,242%.
Já em Portugal, a taxa das obrigações a dez anos sobe 2,8 pontos base para 3,050%, num contexto em que o apetite por dívida da Zona Euro reflete alguma cautela antes das decisões de política monetária do BCE. Os mercados continuam a prever mais 24 pontos-base de cortes nas taxas diretoras até ao final do ano.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas agravam-se 2,4 pontos para 4,475%, com o mercado a reagir à aprovação da nova lei de apoio social pelo governo britânico, que poderá pressionar as contas públicas.
Petróleo segue estável com mercado à espera de aumento da oferta da OPEP+
Os preços do petróleo mantêm-se praticamente inalterados esta quarta-feira, à medida que os investidores equilibram as perspetivas de aumento da oferta por parte da OPEP+ com os sinais mistos da economia dos EUA e a queda recente do dólar.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos da América, desce 0,08% para 65,40 dólares por barril, enquanto o Brent, referência europeia, desce 0,03% para 67,09 dólares por barril. Ambas as referências têm oscilado desde 25 de junho, após o cessar-fogo entre o Irão e Israel ter aliviado os receios geopolíticos que vinham sustentando os preços.
“Os movimentos de hoje refletem o equilíbrio entre o possível aumento da oferta da OPEP+, dados confusos sobre inventários nos EUA, e uma conjuntura macroeconómica ambígua”, resume Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova, citada pela Reuters.
A OPEP+ deverá anunciar, na reunião de 6 de julho, um novo aumento de produção na ordem dos 411 mil barris por dia, em linha com as decisões anteriores. Segundo dados da Kpler, só a Arábia Saudita já elevou as suas exportações em junho em 450 mil barris diários, o maior volume em mais de um ano.
A queda do dólar para mínimos de três anos ajuda a dar algum suporte aos preços, ao tornar o petróleo mais atrativo para compradores com outras moedas. Ainda assim, o mercado aguarda pelos dados oficiais de inventários dos EUA, esta quarta-feira, e pelo relatório de emprego de sexta, que poderão moldar as expectativas sobre os próximos passos da Fed e, por arrasto, sobre a procura futura de crude.
Ouro desce ligeiramente com investidores de olho na Fed
A esta hora, o ouro cede 0,26% para 3.330,21 dólares por onça. É uma descida ligeira, enquanto os investidores aguardam dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos da América e avaliam a postura de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal.
Ilya Spivak, chefe de macroeconomia global da Tastylive, comenta que as expectativas em relação à política da Fed estão em destaque, com os preços do ouro a “consolidar-se após registarem os maiores ganhos em duas semanas”.
Esta terça-feira, Jerome Powell reiterou que o banco central norte-americano planeia “esperar e aprender mais” sobre o impacto das tarifas sobre a inflação, antes de se proceder a uma nova redução das taxas de juro. Também no dia de ontem, o senado norte-americano aprovou um mega plano fiscal de 3,3 biliões de dólares proposto por Donald Trump, focado na redução de impostos, diminuição de programas de segurança social e aumento dos gastos militares.
Dólar recupera ligeiramente com atenções focadas no emprego nos EUA
A moeda norte-americana avança esta quarta-feira face às principais divisas internacionais, com os investidores a centrarem as atenções no relatório do emprego na maior economia mundial referente a junho que será divulgado amanhã e que poderá ser decisivo para os próximos passos da Reserva Federal (Fed) dos EUA.
A moeda única europeia cede 0,22%, para os 1,1780 dólares, depois de ontem ter tocado máximos desde 2021 antes de perder terreno. Também a libra esterlina recua 0,21%, até aos 1.3717 dólares.
A nota verde ganha igualmente 0,23% perante a moeda helvética, negociando nos 0,7929 francos suíços, e face à divisa nipónica avança 0,36%, para os 143.9300 ienes.
Bolsas asiáticas não conseguem ficar à tona após Trump criticar o Japão
As ações asiáticas caíram esta quarta-feira, enquanto o dólar se mantém perto de mínimos de três anos e meio, à medida que os investidores ponderam a perspetiva de cortes nas taxas de juros dos EUA e a disputa por acordos comerciais antes do prazo de 9 de julho para a imposição de tarifas por parte de Donald Trump - data que o mesmo já negou adiar.
Os mercados, que antes oscilavam de forma "descontrolada" com os desenvolvimentos comerciais, parecem ver pouco risco, uma vez que os índices de ações pairam perto de máximos históricos. A calma surge pelas expetativas de que Trump irá, de facto, estender o prazo, com base no seu padrão de ameaças e recuos.
Além disso, os investidores parecem estar a evitar adicionar mais apostas às carteiras antes dos dados do empreogo norte-americano relativos a junho, divulgados esta quinta-feira. Os estrategas dizem estar em modo "esperar para ver". As estimativas apontam para um crescimento da força de trabalho mais suave, para cerca de 110 mil novos postos de trabalho, contra 139 mil registados no mês anterior, de acordo com os economistas consultados pela Bloomberg. A taxa de desemprego deverá subir para 4,3%.
"Se o relatório for mais brando do que o esperado, vejo hipóteses de um corte nas taxas em julho a aumentar", disse Tony Sycamore, da IG Australia. Para a Reserva Federal, que aguarda por mais pistas sobre o potencial impacto das tarifas na inflação, qualquer deterioração no mercado de trabalho poderá levar a uma maior pressão sobre o banco central para baixar as taxas de juro.
Na Ásia, o Japão não conseguiu ficar à tona, já que Trump levantou dúvidas de que a Casa Branca possa chegar a acordo com o país, ameaçando mesmo aumentar as tarifas impostas. Mesmo assim, Neil Newman, estratega da Astris Advisory, diz que os últimos comentários de Trump não são uma grande ameaça para as ações japonesas. "Há demasiado na mesa de negociações japonesa para os americanos abandonarem, mas sabemos que Trump irá até ao limite para conseguir mais. Isto é apenas ruído", explicou.
Assim, o Topix cedeu 0,11% e o Nikkei cau 0,53%. Na China, o Shangai Composite perdeu 0,06% e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu quase 0,8%. Na Australia, o S&P/ASX ganhou 0,8. O índice MSCI para a Ásia-Pacífico caiu 0,13%, afastando-se do recorde de novembro de 2021 tocado na semana passada.
Pela Europa, que parece cada vez mais perto de chegar a acordo com os EUA para política comercial, os futuros apontam para uma abertura no verde, com o Euro Stoxx 50 a subir 0,5%.
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