Europa fecha sem rumo com tarifas em foco
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
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Europa fecha sem rumo com tarifas em foco
Os principais índices europeus fecharam entre ganhos e perdas, tendo reduzido no final da sessão as quedas registadas ao longo do dia. As cotadas do setor bancário acabaram por dar ímpeto aos índices depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter aumentado as tensões comerciais ao anunciar tarifas de 30% sobre os produtos da União Europeia (UE), medida que planeia aplicar a partir do dia 1 de agosto.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cedeu 0,06% para os 546,99 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,39%, o espanhol IBEX 35 valorizou 0,19%, o italiano FTSEMIB somou 0,27%, o francês CAC-40 caiu 0,27%, o britânico FTSE 100 ganhou 0,64% e o holandês AEX recuou 0,11%.
No plano comercial, e na sequência da nova pressão de Trump sobre o Velho Continente, a UE já anunciou que pretende continuar a negociar com os EUA até 1 de agosto. No entanto, o bloco subiu a parada para uma segunda lista retaliatória abrangendo até 72 mil milhões de euros de produtos norte-americanos, contramedida que poderá aplicar caso não se chegue a um acordo comercial com a maior economia mundial.
“Embora as tarifas de 30% sobre a UE pareçam assustadoras, é certo que vão mudar nas próximas semanas, razão pela qual os investidores permanecem relativamente calmos até agora”, explicou à Bloomberg Joachim Klement, da Panmure Liberum.
O índice de referência da região, o Stoxx 600, continua a registar uma ligeira subida em julho, com os investidores atentos ao potencial impacto das tarifas nos resultados das cotadas da região. “De uma forma ou de outra, o impacto dos direitos aduaneiros ainda não se concretizou, quer em preços mais elevados, quer em vendas mais baixas, quer em lucros empresariais mais fracos”, afirmou à Bloomberg Mislav Matejka, do JPMorgan.
Entre os setores, o automóvel (-1,42%) registou a maior queda. Do lado dos ganhos, destacou-se o setor das “utilities” (água, luz, gás) com uma subida de 0,58%, seguindo-se a banca com uma valorização de 0,52%.
Quanto aos movimentos do mercado, as fabricantes de automóveis foram especialmente impactadas pelo novo anúncio de tarifas da Administração norte-americana, que poderá elevar as barreiras alfandegárias dos EUA sobre o setor automóvel europeu dos atuais 27,5% para 32,5%, caso não se chegue a um acordo comercial entre a UE e os EUA. A BMW (-2,48%) foi das mais pressionadas, com a Mercedes-Benz (-2,43%) e a Stellantis (-1,77%) a fecharem também o dia em terreno negativo.
Por outro lado, a alemã Rheinmetall – produtora de armamento militar – ganhou mais de 2% e fechou o dia a liderar as valorizações no Stoxx 600.
Juros das dívidas soberanas da Zona Euro registam agravamentos em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se em toda a linha esta segunda-feira, num dia em que os investidores se afastaram das apostas em ativos de risco, com os principais índices europeus a recuarem na sessão de hoje.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 1,4 pontos-base, para 3,162%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 1,1 pontos, para 3,339%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 2 pontos-base para 3,430%. Já os juros das "Bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 0,6 pontos para 2,727%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a tendência inversa e fecharam o dia com um alívio de 2,2 pontos-base para 4,598%.
Petróleo recua após máximos de três semanas com foco em sanções e tarifas
A esta hora, os preços do petróleo estão a descer, depois de marcarem os valores mais altos das últimas três semanas. Esta semana, os investidores avaliam o impacto de possíveis nova sanções dos Estados Unidos à Rússia sobre a oferta global. Ao mesmo tempo, os receios em torno das tarifas comerciais impostas por Donald Trump continuam a pesar no sentimento dos mercados.
O WTI, referência norte-americana, desvaloriza 0,34% para 68,22 dólares por barril e o Brent, referência europeia, recua 0,13% para 70,27 dólares.
“O mercado continua a percecionar alguma escassez na oferta, com os inventários concentrados sobretudo na China e em navios, e não em pontos-chave”, destacou Giovanni Staunovo, analista do UBS, à Reuters. Dados das alfândegas chinesas revelaram que as importações de crude aumentaram 7,4% em junho face ao ano anterior, para 12,14 milhões de barris por dia, o nível mais elevado desde agosto de 2023.
Do lado geopolítico, Trump anunciou que irá enviar mísseis Patriot para a Ucrânia e prometeu uma “declaração importante” sobre a Rússia esta segunda-feira, após críticas a Vladimir Putin pela ausência de avanços para terminar a guerra. Ao mesmo tempo, um novo pacote de sanções está em preparação tanto nos Estados Unidos como na União Europeia, que pondera impor um teto de preço mais baixo ao petróleo russo.
Apesar das preocupações sobre um eventual excesso de oferta no final do ano, os últimos dados da Agência Internacional de Energia indicam que o mercado poderá estar mais apertado do que parece. As exportações russas de produtos petrolíferos por via marítima caíram 3,4% em junho face a maio.
No plano comercial, continuam as negociações entre Washington e vários parceiros comerciais, numa tentativa de mitigar os efeitos das novas tarifas anunciadas por Trump, que deverão entrar em vigor a 1 de agosto. A União Europeia e a Coreia do Sul confirmaram estar a trabalhar em acordos com os EUA. “As ameaças de tarifas são absolutamente inaceitáveis”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
Ainda assim, Bruxelas mostra-se pronta a reagir. A Comissão Europeia está a preparar possíveis contramedidas no valor de 72 mil milhões de euros, caso os Estados Unidos avancem com as tarifas unilaterais. Apesar disso, garante que não se afastará das negociações.
Euro negoceia de forma estável após adiamento de contramedidas da UE
O euro segue a valorizar ligeiramente face ao dólar, invertendo a tendência registada esta manhã, numa altura em que a União Europeia (UE) anunciou que iria adiar as contramedidas às tarifas norte-americanas. O bloco diz que não se irá afastar da mesa negocial até 1 de agosto. Ainda assim, os 27 subiram a parada para uma lista retaliatória que abrange até 72 mil milhões de euros de bens dos EUA, que poderá usar para fazer frente à eventual imposição de barreiras alfandegárias norte-americanas sobre os produtos da UE.
Por cá, a “moeda única” ganha a esta hora 0,03% para 1,169 dólares, enquanto a libra negoceia com perdas de 0,24% para os 1,346 dólares.
Já a "nota verde" negoceia de forma estável, numa reação silenciosa à ameaça do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de 30% sobre as importações de dois dos maiores parceiros comerciais dos EUA – o México e a UE - a partir de 1 de agosto.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – avança a esta hora 0,07% para os 97,922 pontos.
Por sua vez, a divisa nipónica segue a recuar face ao dólar, numa altura em que a “nota verde” valoriza 0,03% para os 147,470 ienes.
Os "traders” parecem estar a deixar de lado o tema das tarifas, já que, como explica à Reuters Francesco Pesole, do ING, “os mercados não estão realmente dispostos a jogar nos altos e baixos da comunicação de Trump sobre tarifas”. A centrar a atenção dos investidores estarão ainda os dados da inflação do lado de lá do Atlântico, conhecidos durante o dia de amanhã.
Ouro desce ligeiramente depois de máximos de três semanas. Prata continua em destaque.
O ouro mantém-se perto dos valores mais elevados das últimas três semanas esta segunda-feira, após fortes ganhos recentes. Ainda assim, a incerteza em torno da guerra comercial lançada por Trump continua a sustentar o apetite por ativos de refúgio.
A esta hora, a cotação do metal amarelo recua 0,08% para 3.352,90 dólares por onça, depois de ter atingido os 3.356,95 dólares no início da sessão, sendo este o nível mais alto desde 23 de junho. “Depois da subida acentuada, estamos a ver alguma tomada de mais-valias. Mas o mercado permanece bem sustentado”, explicou Bart Melek, da TD Securities, à Reuters.
O foco dos investidores vira-se agora para os dados da inflação norte-americana, que podem ajudar a antecipar os próximos passos da Fed. O mercado atribui elevada probabilidade a dois cortes de juros até ao final do ano. As tensões entre os Estados Unidos e a União Europeia, com o anúncio das taxas aduaneiras de 30%, também intensificam a procura por ativos de refúgio.
Em destaque está também a prata, que disparou para os 38,78 dólares por onça, o valor mais alto desde setembro de 2011. A subida de 1,1% é apoiada por um défice de oferta e pela forte procura industrial, sobretudo no setor solar. “O desempenho está a aproximar-se do ouro”, salienta Nitesh Shah, estratega da WisdomTree. A esta hora, a prata sobe 0,37% para 39,10 dólares a onça.
Tarifas sobre a UE e México derrubam Wall Street em véspera de "earnings season"
As bolsas norte-americanas estão a negociar em baixa, em reação dos investidores às tarifas dos EUA com um dos seus maiores parceiros comerciais – a União Europeia. Washington quer impor uma taxa alfandegária de 30% às importações do bloco e também do México, anunciou o Presidente Donald Trump este fim de semana.
As tarifas entrarão em vigor a 1 de agosto, disse Trump, alegando o papel do México no escoamento de drogas ilegais para os Estados Unidos e um desequilíbrio comercial com a UE, que acabou por adiar as medidas de retaliação até agosto. Até lá, a Comissão Europeia espera conseguir chegar a acordo com a Casa Branca.
Neste contexto, o S&P 500 desce 0,24% para 6.244,69 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,30% para 20.524,66 pontos. Já o industrial Dow Jones recua modestos 0,05% para 44.350,85 pontos.
O impacto é menor face aos primeiros anúncios de tarifas, em abril. "Embora a volatilidade do mercado motivada por tarifas tenha diminuído nos últimos meses, ainda não estamos livres de problemas, pois as próximas semanas serão cruciais para ver como é que os países vão responder ao novo prazo de 1 de agosto estabelecido pelo Governo", disse Glen Smith, da GDS Wealth Management, à Bloomberg.
A resiliência de Wall Street vai enfrentar um novo teste esta semana – a "earnings season", que arranca esta terça-feira com algumas das maiores instituições financeiras norte-americanas. É o caso da BlackRock, do JPMorgan, do Citigroup e do Wells Fargo
"A grande dúvida entre os mercados é se os lucros das empresas conseguem ofuscar a questão das tarifas", acrescentou o mesmo analista. O RBC Capital Markets parece acreditar que sim, depois de ter revisto em alta a sua meta de fim de ano para o S&P 500 para 6.250 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, as ações da Boeing sobem 1,5% após um relatório preliminar da investigação sobre o acidente da Air India ter sugerido que não haveria nenhuma ação imediata contra a fabricante de aviões.
As empresas ligadas às criptomoedas estão a registar ganhos, já que a bitcoin bateu esta segunda-feria máximos históricos e os EUA se preparam para uma semana repleta de decisões cripto. A Riot Platforms sobe mais de 5%, a Mara Holdings quase 7% e a Cipher Mining perto de 5%.
Já a Alphabet ganha 0,4%, após a Google pagar 2,4 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) pelo licenciamento da tecnologia da startup Windsurf e pela contratação do talento.
Taxa Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira e manteve-se acima de 2% nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,041%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,087%) e a 12 meses (2,114%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,087%, mais 0,015 pontos do que na sexta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,32% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,114%, mais 0,25 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses voltou a subir hoje, para 2,041%, mais 0,015 pontos do que na sessão anterior.
As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada no prazo mais curto (três meses).
Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%.
A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.
Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.
Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.
A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa não resiste a novas tarifas de Trump e pinta-se de vermelho. Londres escapa
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em território negativo, com Londres a ser a única praça a escapar desta maré vermelha. O movimento em baixa justifica-se, principalmente, pelo anúncio de tarifas de 30% por parte dos EUA para as importações da União Europeia (UE), numa altura em que as delegações dos dois países estavam a intensificar as negociações para chegar a um novo acordo comercial.
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, recua 0,46% para 544,84 pontos, com os setores automóvel e tecnológico – ambos bastante sensíveis à política comercial dos dois blocos – a registarem o pior desempenho.
Apesar de a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter optado por não escalar a guerra comercial numa primeira reação ao anúncio de tarifas de 30%, o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros revelou que a UE já tem uma lista de bens norte-americanos em mira, no valor de 21 mil milhões de euros, para contra-atacar as tarifas de Donald Trump, caso as duas partes não cheguem a acordo.
“Embora as tarifas de 30% sobre a UE pareçam assustadoras, é certo que vão mudar nas próximas semanas – razão pela qual os investidores permanecem relativamente calmos, até agora”, explica Joachim Klement, diretor de estratégia da Panmure Liberum, à Bloomberg. Apesar das quedas mais recentes, o Stoxx 600 continua com um saldo positivo em julho, com os investidores à espera do arranque da "earnings season" para medirem o impacto das tarifas nos resultados das empresas.
A AstraZeneca está a valorizar 1,88% para 106,46 libras esta manhã, depois de a farmacêutica ter anunciado que o seu novo medicamento para a hipertensão consegue diminuir a tensão arterial de doentes que sofrem de uma forma não controlada da doença – ou que tipicamente são resistentes aos tratamentos habituais. Por sua vez, a fabricante de protudos químicos Brenntag cai 2,40%, após ter revisto em baixa as perspetivas de lucros para este ano.
Entre as principais praças europeias, Madrid cai 0,74%, Frankfurt cede 0,86%, Paris desliza 0,55%, enquanto Amesterdão desvaloriza 0,39% e Milão perde 0,51%. Já Londres acelera 0,21%.
Euro aguenta-se face ao dólar em dia de resposta aos EUA
Em dia de reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), após a qual se espera uma tomada de posição face à proposta de tarifas de 30% dos EUA, a divisa da Zona Euro está a aguentar-se relativamente ao dólar, sobretudo considerando o impacto que um anúncio destes poderia ter nos mercados.
De acordo com a Bloomberg, os investidores esperam que até ao prazo de 1 de agosto para a entrada em vigor das tarifas, seja alcançado um acordo comercial mais benéfico para os países europeus – havendo já alguns sinais nesse sentido, sobretudo relacionado com o setor automóvel.
O euro segue a desvalorizar uns tímidos 0,05% para 1,1684 dólares. Já na relação com a libra esterlina, o euro está com ganhos mínimos (0,07%) face a sexta-feira, valendo 0,8666 libras.
No par libra/dólar, a divisa britânica está a recuar 0,14% para os 1,3482 dólares. O dólar, por seu lado, perde 0,08% para o japonês iene.
Noutros pares de câmbio, o euro está a perder 0,13% para 172,11 ienes e o dólar ganha 0,05% para 0,7970 francos suíços.
Juros agravam-se na Zona Euro após anúncio de Trump
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta segunda-feira, numa primeira reação às ameaças de Donald Trump de implementar tarifas de 30% sobre importações da União Europeia (UE) a partir de 1 de agosto. Este movimento acontece apesar de os investidores estarem a fugir de ativos de risco europeus, com as principais praças da região a negociarem em território negativo.
Neste contexto, as obrigações alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, sobem 0,8 pontos base para 2,729%, enquanto os juros da dívida francesa aumentam 2 pontos base para 3,430%. Em Itália, a “yield” da dívida a dez anos cresce 2,4 pontos base para 3,593%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa a dez anos registam um acréscimo de 1,6 pontos base para 3,164%, enquanto os títulos espanhóis avançam 1,5 pontos base para 3,343%.
Esta segunda-feira, a UE regressa ao mercado para emissões de dívida a 3, 9 e 29 anos. Nas emissões comparáveis anteriores, os juros fixaram-se em 2,142% na linha com maturidade até 2028, de 3,007% para a emissão com prazo até 2034 e de 3,399% para a linha mais longa.
Fora da Zona Euro, as “Gilts” britânicas acompanham o movimento, apesar de registarem ganhos menos contidos, com o cupão das obrigações do país em mercado secundário a crescer 0,1 pontos base para 4,621%.
Tarifas dão força ao ouro e metal atinge máximos de três semanas
Os preços do ouro atingiram máximos de três semanas esta segunda-feira, impulsionados por um adensar da narrativa tarifária de Trump, com o Presidente norte-americano a anunciar taxas aduaneiras de 30% sobre importações europeias e mexicanas. As novas taxas devem entrar em vigor apenas a 1 de agosto, mas marcam um revés nas negociações com a União Europeia (UE), que tinham vindo a intensificar-se nas últimas semanas.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiu de imediato ao anúncio, apelidando as tarifas de "injustas", mas reforçou o empenho dos 27 em chegar a um acordo comercial com Washington. Como um gesto de boa-fé, Bruxelas decidiu adiar possíveis contramedidas também até dia 1 de agosto.
A esta hora, o ouro avança 0,41% para 3.369,23 dólares por onça, depois de ter atingido máximos de 23 de junho durante a madrugada. "Estamos a assistir a um regresso da procura de ativos de refúgio, muito devido à incerteza em torno da política comercial norte-americana e como as tarifas vão ser implementadas", explica Kelvin Wong, analista da OANDA, à Bloomberg.
Wong antecipa que o metal precioso avance até aos 3.435 dólares nos próximos dias, numa altura em que os investidores aguardam novos catalisadores para aumentarem ainda mais a sua exposição ao ouro. Esta semana, vai ser conhecida a leitura da inflação referente a junho, que deve dar novas pistas aos mercados sobre o caminho que a Reserva Federal (Fed) vai adotar em termos de política monetária.
Petróleo avança mais de 1% com sanções à Rússia na mira. Brent supera os 70 dólares
O barril de petróleo está a valorizar mais de 1% esta segunda-feira, depois de na sessão anterior ter acelerado quase 3%, numa altura em que os EUA estudam possíveis sanções à Rússia - o que pode vir a impactar, de forma significativa, a entrada de crude nos mercados internacionais. Os ganhos estão, no entanto, a ser limitados por um aumento inesperado na produção da Arábia Saudita e por toda a incerteza em torno das tarifas de Donald Trump, após o anúncio de taxas aduaneiras de 30% sobre as importações europeias e mexicanas.
A esta hora, o WTI (West Texas Intermediate), referência norte-americana, avança 1,18% para 69,26 dólares o barril, enquanto o Brent, "benchmark" europeu, valoriza 1,12% para 71,15 dólares. No domingo, o Presidente dos EUA prometeu que vai enviar mísseis de defesa Patriot para a Ucrânia, numa altura em que Moscovo não mostra abertura para alcançar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia.
Donald Trump prometeu um "grande anúncio" em relação à Rússia para esta segunda-feira. O magnata não deu detalhes aos jornalistas, mas há um projeto legislativo a ganhar tração no Congresso, que colhe apoios democratas e republicanos e que prevê a implementação de novas sanções à Rússia. Também na União Europeia prepara-se um novo pacote de sanções contra Moscovo.
Na semana passada, os dois "benchmarks" cresceram mais de 2%, apesar dos avisos da Agência Internacional de Energia (EIA) de que a procura por petróleo deverá crescer ao menor ritmo desde 2009 este ano - isto se excluirmos o primeiro ano de pandemia. A EIA revelou que espera que o consumo de petróleo cresça apenas em 700 mil barris por dia em 2025, uma revisão em baixa dos 720 mil barris esperados anteriormente, muito devido à fraca procura registada no segundo semestre.
No seu relatório mensal, a agência revelou ainda que a Arábia Saudita tem ultrapassado a quota imposta pela OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), extraindo mais 430 mil barris por dia de crude do que o previsto - uma acusação que o ministro da Energia do país rejeita.
Bitcoin alcança novos máximos históricos e acelera para os 122 mil dólares
Após uma semana de recordes consecutivos, o "rally" da bitcoin não parece conhecer travões e a criptomoeda mais famosa do mundo voltou a bater máximos históricos. Esta segunda-feira, a bitcoin ultrapassou a marca dos 122 mil dólares pela primeira vez na história, numa altura em que cresce o otimismo em torno do setor, com os EUA a prepararem-se para votar uma série de projetos legislativos que devem levar a um aprofundamento dos criptoativos nos mercados financeiros - uma semana que está a ser apelidada pela maioria republicana da Câmara dos Representantes de "crypto week".
A bitcoin chegou a crescer 2,90% para 122.582,76 dólares, tendo, entretanto, reduzido ligeiramente os ganhos para 2,83% para 122.508,39 dólares. As mais recentes sessões têm-se provado bastante positivas para a criptomoeda, após vários meses a negociar num intervalo limitado, com os investidores céticos em relação até onde a bitcoin poderia chegar. O ano até arrancou de forma bastante positiva para este ativo digital, com as valorizações ligadas à eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA, mas a agenda económica e fiscal do republicano lançou dúvidas sobre a concretização das suas promessas em torno do setor.
“Esta mudança sinaliza uma perspetiva de amadurecimento da bitcoin. Já não é apenas um ativo especulativo, mas funciona agora como uma forma de cobertura em relação a alterações macro e uma reserva de valor”, explica George Mandres, analista da XBTO Trading LLC, à Bloomberg. “Um aumento no sentimento de risco em todas as ações, juntamente com entradas institucionais significativas em ETF [fundos negociados em bolsa] com exposição à bitcoin e à ethereum, alimentou esta ascensão constante" nas últimas semanas, conclui Mandres.
Desde o início do ano, a bitcoin já valorizou mais de 30%, depois de ter mais do que duplicado o seu valor em 2024. O crescimento deste ativo no primeiro semestre contrastou com uma queda generalizada das restantes criptomoedas, com 18 das 25 maiores moedas digitais a terminaram os primeiros seis meses do ano com um saldo negativo. Sete delas viram mesmo o seu valor cortado a meio.
Tarifas de Trump afundam Europa, mas deixam Ásia ilesa
As principais praças asiáticas arrancaram a semana com o pé direito, com a grande maioria dos índices da região a negociarem em território positivo, num dia em que a Europa aponta para um abertura no vermelho. No fim de semana, Donald Trump anunciou uma nova leva de tarifas e a União Europeia foi uma das visadas, com o Presidente norte-americano a ameaçar taxas aduaneiras de 30% sobre as importações do bloco de 27 países.
A carta foi endereçada a Bruxelas quando ainda decorrem negociações entre as duas delegações, depois de adiado o prazo inicial de 9 de julho para 1 de agosto. O anúncio mereceu uma resposta da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que apontou para o compromisso da UE de avançar nestas negociações para evitar os impactos que se antecipam nos mais variados setores de atividade - deixando de lado novas tarifas até, pelo menos, ao início de agosto.
"Os investidores não devem apostar que Trump está apenas a fazer 'bluff' com estas tarifas. A taxa de 30% é punitiva, apesar de prejudicar mais os EUA do que propriamente a Europa", explica Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management, à Bloomberg. Já Michael Brown, da Pepperstone, discorda e acredita que este novo anúncio é só uma forma de "apressar negociações, alcançando concessões mais significativas no pequeno prazo".
Com os mercados de futuros europeus a anteciparem uma abertura em terreno negativo, as principais praças asiáticas conseguiram escapar ao pessimismo no Velho Continente. Pela China, o Hang Seng e o Shanghai Composite encerraram a sessão com ganhos moderados, ao avançarem 0,40% e 0,51%, respetivamente, num dia em que foi revelado que as exportações do país registaram uma forte aceleração em junho, à medida que os fabricantes aproveitaram a trégua de 90 dias na guerra comercial com Washington para antecipar envios.
Já pelo Japão, o Topix subiu 0,12%, enquanto o Nikkei 225 caiu 0,30%, numa altura em que o país antecipa um crescimento da inflação, depois de os preços alimentares terem acelerado mais do que o previsto no início de maio. O Banco do Japão estará mesmo a considerar rever em alta as suas previsões de inflação, deixando um caminho atribulado para a política económica de uma das maiores economias asiáticas.
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