Fernando Sobral fsobral@negocios.pt 21 de Fevereiro de 2011 às 11:43

Contratado a prazo

O Governo português é, neste momento, um nervoso trabalhador precário que passa recibos verdes ao BCE.

Não é já ele que determina o seu presente e o seu futuro. O seu contrato a prazo pode esgotar-se em Abril, como já se sussurra na Europa, ou pouco depois. Mas a sina está traçada no seu destino. Na dúvida se o seu próximo empregador será o FMI ou o famoso fundo de resgate da UE, José Sócrates e o seu clube de amigos querem desafiar as leis da gravidade e ainda acreditam que se o céu cair será em cima da cabeça da oposição e dos mercados internacionais. Portugal está a tornar-se um País mais miserável, dizem os dados.

E a recessão económica está aí mesmo que o Governo não acredite na realidade, diz o governador do BdP. Portugal especializou-se na arte de pedir ao longo de séculos. Com truques foi conseguindo as suas moedinhas. Mas agora já ninguém acredita nas nossas lágrimas. É por isso mesmo que a oposição, a começar pelo PSD, deixou de ter o crédito do tempo. Tem de se preparar rapidamente para o que pode acontecer. Não porque Sócrates queira ir embora. Mas porque o BCE ou o FMI o dispensaram das suas funções. O Governo começa a ser, apenas, um empregado desqualificado de quem manda. E que já nem observa os números de contorcionismo do Executivo nacional, como a fabulosa venda que o Estado fez a si próprio de imóveis. Este já não é só o País da história da Carochinha, que vivia triste e só porque era muito pobrezinha. É também o do João Ratão, que deu um enorme trambolhão com a sua gulodice sem sentido.

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