No início de 2023, os temas dominantes e as perspetivas são relativamente consensuais: desaceleração da inflação e risco de recessão nas economias desenvolvidas, em parte resultado da normalização da política monetária. Portanto, antecipa-se a interrupção do ciclo de subida de taxas diretoras pelas autoridades monetárias até final deste ano.
As taxas de inflação nas economias desenvolvidas atingem valores inéditos em trinta anos, arrastando as autoridades monetárias para um esforço hercúleo de normalização de taxas de juro, após mais de uma década de níveis anormalmente baixos, inclusivamente negativos em algumas geografias.
Na sequência do infortúnio da FTX, o presidente da plataforma de transações líder de mercado, Binance, foi célere em solicitar supervisão para estas entidades. A validação do regulador facilitará a restauração da confiança de utilizadores e investidores.
Os mecanismos de controlo de risco impostos aos bancos funcionam, mas tal não significa que o mercado financeiro seja menos arriscado nem que as autoridades não tenham de intervir (gastando dinheiro) para restaurar a estabilidade financeira.
Em 2022, a inflação tem surpreendido pelos valores elevados, de que não havia memória recente. Nos últimos trinta anos, as economias desenvolvidas têm vivido períodos de baixa inflação. A justificação, em grande parte, prende-se com a globalização e a arbitragem salarial.
A problemática da água, pela sua universalidade, pode atuar como potencial agregador de interesses intertemporais em prol da sustentabilidade.
Ao contrário de 2012, os operadores de mercado estão mais construtivos face ao projeto europeu e menos permeáveis a comportamentos pouco cooperativos.
A participação feminina no mercado de trabalho e a opção por empregos mais bem remunerados continua a depender de fatores como: acessibilidade a cuidados infantis; combinação entre trabalho remunerado e não remunerado; oferta de esquemas flexíveis de trabalho; e condições a licença de parentalidade do pai.
Não só a riqueza financeira das famílias portuguesas compara mal com a média europeia, como o setor financeiro não bancário se encontra sub-representado por comparação com a média europeia.
O aumento simultâneo de preços e de taxas de juro desperta inquietações sobre o rendimento disponível das famílias e a saúde das empresas, designadamente em economias fortemente endividadas.
A atual crise económica tenderá a ser tradicional na natural geração de tensões nos mercados financeiros.