Até uma moeda cai de pé
Sorte é quando o acaso nos favorece. Azar é o contrário. Mas além disso, se até uma moeda cai de pé, é importante constatar que ganha ou perde quem faz, quem arrisca, quem inova.
"A sorte favorece os audazes", diz-se desde os tempos do império romano. Favorecerá, porque os audazes fazem, querem e acreditam. Actuam de um modo que se sabe que ajuda a atingir objectivos. Napoleão, mais pragmático, dizia que a sorte protegia os grandes batalhões… Com audácia, força e acção pode ganhar-se mais vezes do que se perde. Como se ouve tantas vezes dizer, "a sorte dá muito trabalho", comentário de Stephen Leacock, humorista canadiano, que costumava acrescentar "descobri que quanto mais trabalho mais sorte tenho". Trabalhar, querer progredir, aproveitar oportunidades, ser optimista, preparar-se e estar confiante são comportamentos que ajudam a que a sorte aconteça, ou seja, que o acaso nos favoreça.
Por outro lado, tentar coisas novas, inesperadas e originais também é importante para se ter mais sucesso do que a média; pode dizer-se, para se ter mais sorte do que os outros. Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, na obra "Luck Factor", diz que "as pessoas com sorte quando têm algum pressentimento param e pensam no que estão a fazer. Mas as pessoas azaradas, quando têm o mesmo tipo de pressentimentos não lhes liga, nem os segue, porque em geral são pessoas pessimistas e ansiosas."
Estar atento à intuição, procurar oportunidades, e aqui e ali arriscar e fazer talvez seja a melhor forma de se forçar a sorte. Para ter sorte é preciso fazer, não esperar fazer. Lembra o comentário de Fernando Pessoa: "Ter êxito é mesmo ter êxito. Não é ter condições de êxito."
Professor na Universidade Católica Portuguesa
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