Durante as negociações sobre o acordo nuclear iraniano, a França fez sempre o papel de "polícia mau". Mas, como se sabe, quando se fala de pragmatismo, Paris costuma ser, sobretudo quando toca a África, o mais militante seguidor dos princípios dos interesses próprios. Assim, depois de ter sido sempre a voz dura contra Teerão, percebe-se perfeitamente que o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, tenha sido um dos primeiros políticos europeus a desembarcar em Teerão. Fê-lo na semana passada, com uma rapidez que afirmações suas anteriores não tornariam imaginável. E, no bolso, trazia outra oferta irresistível: um convite de François Hollande para que o presidente iraniano Rouhani visite Paris.