Marcelo e a estratégia global
A presidência de Marcelo Rebelo de Sousa promete dar mais atenção aos países de expressão portuguesa. Seria bom olhar também para os da Ásia e do Médio Oriente.
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Se Portugal está sempre a realizar-se fora de si próprio em busca da utopia que Luís de Camões nos legou em "Os Lusíadas", onde a ilha dos Amores era o local onde os portugueses ocupariam o lugar dos deuses. Nunca aconteceu isso. Com o tempo triunfou a poesia do comércio e, num mundo global como o de hoje, ele talvez nunca tenha voltado a estar tão presente. O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa mostra que o novo Presidente da República deseja fazer da política externa um referencial do país para os próximos anos. Sem deixar esta Europa, que poderá ficar ainda mais pequena e refém de uma hegemonia do seu centro se a Grã-Bretanha sair, o objectivo é recentrar esforços na comunidade de língua portuguesa. Algo que deveria ser alargado, utilizando as fortes presenças de luso-descendentes em países nucleares como os EUA ou o Canadá. Mas este seria o momento óptimo, por todas as razões, para se estabelecer uma estratégia mais certeira para a política externa portuguesa. E isso passa por juntar a lógica do comércio aos referentes culturais do passado. Saber equilibrar isso seria fundamental.
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