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Jorge Marrão - Gestor
18 de Dezembro de 2019 às 19:10

Quem diz a verdade?

Como o homem é um ser de crenças filia-se nas igrejas das redes sociais. Os populismos dos extremos só podem crescer. Quem nos vai contar a verdade?

A FRASE...

"A António Costa não interessa fazer reformas estruturais, o que ele sabe fazer é criar ilusões."

Manuel Falcão, Negócios, 13 de dezembro 2019

 

A ANÁLISE...

A revista Foreign Affairs dedica o último número ao futuro do capitalismo. A terra prometida do socialismo abateu-se com queda do muro de Berlim. Nada de novo se erigiu como modelo alternativo. As sociais democracias parecem falir com a demografia, estagnação económica e com os direitos adquiridos. Todavia, os sinais, na verdade, não são encorajadores, nem para a política, nem para quem convive com o capitalismo. As últimas classificações do índice Ipsos Veracity Index (quem nos conta a verdade?) de Novembro de 2019 classifica como as piores profissões os gestores, os jornalistas, os corretores imobiliários, os ministros, os publicitários e os políticos.

Os melhores classificados são os enfermeiros, os médicos e os dentistas. Acreditamos em que nos trata da saúde, mas não confiamos em que nos trata da "saúde económica, empresarial e política" nem nos que têm a responsabilidade de escrutinar a vida pública: os media. Perante este cenário, as teorias malthusianas - de que o planeta e a espécie humana se vão extinguir com este sistema económico que gera prosperidade global, mas desigualdades abissais - vão prosperar.

Estamos confundidos e perplexos, mas há uma menina de 16 anos que nos traz as certezas que ninguém de bom senso as pode aceitar sem reflexão, ainda que possa simpatizar com a preocupação. E o mundo verga-se perante estas catástrofes anunciadas com pompa celestial e global. As novas igrejas são diferentes das do passado: sustentam-se em cientismo, em oportunismo científico e também em charlatanismo globalizado.

Como o homem é um ser de crenças filia-se nas igrejas das redes sociais. Os populismos dos extremos só podem crescer. Quem nos vai contar a verdade? Uma nova ordem obrigatoriamente nascerá: as raízes devem ser capitalistas, mas o tronco e a copa terão um novo formato para proteger esta sociedade europeia de perplexos e das suas contradições que parecem insanáveis, em resultado da "fake politics" e da "fake economic" que proliferam nos media tradicionais.

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