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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
31 de Outubro de 2011 às 12:00

Homens sem qualidades

O grande escritor austríaco Karl Kraus tinha pólvora nas palavras: "os políticos dizem mentiras aos jornalistas e depois acreditam no que lêem nos jornais".

Cozinhe-se isso com o título que outro escritor austríaco, Robert Musil, deu a uma das suas obras: "O homem sem qualidades". O resultado é basicamente o conjunto de cimeiras da UE. Ou a sucessão de ficções que lembram as aventuras de Pinóquio, como as nossas PPP ou o espantoso BPN.

Entre mentiras e falta de qualidades faz-se a política europeia nestes dias. É certo que a política é a arte do possível. Mas, tal como a cultura, deve ter a sua ética. E é isso que aparentemente desapareceu nestes dias em que, desaparecido o dinheiro, há um enorme vazio de valores.

Esse é o grande naufrágio da nossa civilização, oxigenada pela democracia e pelo crédito. A ocupação da Grécia pelos vice-reis alemães abre uma nova caixa de Pandora na Europa. Nada se resolve com o corte de 50% na dívida da Grécia aos bancos, sendo estes depois financiados com dinheiros públicos. Essa será uma história sem fim.

Como a que está à nossa frente em Portugal: tudo vale para criar um nevoeiro político sobre o dia em que se pagarão as PPP e o BPN. Ninguém parece estar muito interessado em responder a isso. Da mesma forma que ninguém está muito interessado em fazer uma real reforma do Estado. Ou pensar a sério no sector produtivo nacional.

O grande problema desta Europa é a grande concentração de homens que vão gerindo os seus interesses sem pensar no interesse geral. Com muito pouca cultura ética. Faltam estadistas. Sobram homens sem qualidades.

Entre mentiras e falta de qualidades faz-se a política europeia nestes dias. É certo que a política é a arte do possível. Mas, tal como a cultura, deve ter a sua ética. E é isso que aparentemente desapareceu nestes dias em que, desaparecido o dinheiro, há um enorme vazio de valores.

Esse é o grande naufrágio da nossa civilização, oxigenada pela democracia e pelo crédito. A ocupação da Grécia pelos vice-reis alemães abre uma nova caixa de Pandora na Europa. Nada se resolve com o corte de 50% na dívida da Grécia aos bancos, sendo estes depois financiados com dinheiros públicos. Essa será uma história sem fim.

Como a que está à nossa frente em Portugal: tudo vale para criar um nevoeiro político sobre o dia em que se pagarão as PPP e o BPN. Ninguém parece estar muito interessado em responder a isso. Da mesma forma que ninguém está muito interessado em fazer uma real reforma do Estado. Ou pensar a sério no sector produtivo nacional.

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