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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
26 de Fevereiro de 2012 às 23:30

O adeus anunciado do sr. Vítor Pereira

Há imagens que insinuam muito mais do que efectivamente significam. A presença sorridente do sr. André Villas-Boas na bancada, ladeado pelo sr. Pinto da Costa e pelo sr. Reinado Teles pareceu uma guilhotina pronta a cair sobre a cabeça do sr. Vítor Pereira, o treinador a prazo do FC Porto.

Há imagens que insinuam muito mais do que efectivamente significam. A presença sorridente do sr. André Villas-Boas na bancada, ladeado pelo sr. Pinto da Costa e pelo sr. Reinado Teles pareceu uma guilhotina pronta a cair sobre a cabeça do sr. Vítor Pereira, o treinador a prazo do FC Porto.

Ninguém duvida que, no final da época, ganhe ou não o campeonato nacional, o sr. Pereira vai ter de descobrir novas aventuras fora do Dragão. Afinal, quando se justifica uma goleada de quatro a zero com frases como "Eles fizeram quatro golos, mas apenas porque nos ressentimos do 2-0", está a empenhar o seu futuro à frente de uma equipa com a dimensão do FC Porto. Se o sr. Pinto da Costa dissesse isso, todos lhe reconheceriam a sua proverbial ironia e tentariam ler o que ele quereria mesmo dizer. Mas a forma como o sr. Vítor Pereira diz uma enormidade destas é básica. E diz tudo sobre a diferença de discursos entre ele e o sr. Villas-Boas.

Atento ao relvado, o sr. Vítor Pereira deve ter estado com mais atenção à bancada onde foi assinada, para as câmaras, a reconciliação oficial entre o sr. Pinto da Costa e o sr. Villas-Boas. Algo que agrada aos dois. O treinador do Chelsea deixou de ter tempo. É certo e sabido que no final da época a equipa vai sofrer uma limpeza de balneário quase total, mas se o sr. Villas-Boas não ganhar a Liga dos Campeões será duvidoso que esteja lá para a ver. Por isso, para ele, estar ao lado do sr. Pinto da Costa significa que há mais vida para além do Chelsea.

Ao contrário do sr. Abramovich, o sr. Pinto da Costa não tem a reputação de despedir treinadores que perdem jogos. Mas gosta de manter a pressão sobre os que tem e, sobretudo, ter um plano B, algo que manifestamente não tinha quando o sr. Abramovich colocou na mesa o dinheiro suficiente para o sr. Villas--Boas ir para Londres e esquecer a cadeira de sonho. Mas, mesmo com exibições contra o Chelsea, a cadeira do Dragão continua a ser um sonho para todos os treinadores. Ninguém foge ao fascínio de poder entrar num clube estruturado onde é difícil não ganhar um campeonato. Para a cadeira que vai ficar vaga do sr. Vítor Pereira não faltam candidatos: o sr. Villas-Boas, o sr. Domingos Paciência e, talvez mesmo, o sr. Leonardo Jardim, agora que o Braga se tornou o clube satélite do FC Porto em matéria de treinadores.

No jogo na Luz entre o Benfica e o FC Porto irá perceber-se melhor para onde balançará o campeonato este ano. Ganhe quem ganhe parece ser evidente quem vai à Liga dos Campeões, o grande oxigénio dos clubes, para o ano. Dificilmente o sr. Jesus não estará no Benfica para o ano. Talvez o sr. Sá Pinto continue a dirigir o Sporting. Mas uma coisa é certa: o sr. Vítor Pereira irá encontrar melhores desculpas para as derrotas noutro clube qualquer. Com uma carta de recomendação do sr. Pinto da Costa.

fsobral@negocios.pt

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