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Economia portuguesa tropeçou no arranque do ano

No primeiro trimestre, o PIB caiu 0,7% face ao trimestre anterior e cresceu 1,2% face ao período homólogo. É a primeira queda em cadeia desde o início de 2013, mas também o segundo crescimento homólogo em quase três anos, embora o ritmo tenha caído.

15 de Maio de 2014 às 09:42

No primeiro trimestre de 2014, o PIB caiu 0,7% relativamente ao trimestre anterior e cresceu 1,2% face ao período homólogo, segundo a primeira estimativa das contas trimestrais divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Trata-se da primeira queda em cadeia desde o primeiro trimestre de 2013, altura em que o PIB recuou 0,3%, mas também do segundo crescimento homólogo em quase três anos, embora o ritmo tenha desacelerado, de 1,5% no quarto trimestre (valor agora revisto em baixa face aos 1,6% inicialmente estimados) para 1,2%.

Os números ficam muito aquém das expectativas. A média dos economistas consultados pela agência Lusa antecipava que a economia portuguesa tivesse crescido em torno de 0,4% em cadeia e de 2% em termos homólogos.

A desaceleração das exportações, que poderá ser parcialmente explicada pelo encerramento temporário da refinaria de Sines da Galp, foi determinante para este resultado.

Escreve o INE que a procura externa líquida apresentou um "contributo negativo expressivo" para a variação homóloga do PIB no primeiro trimestre, devido principalmente ao abrandamento das exportações numa altura em que as importações aceleraram.

Também a queda de 0,7% do PIB que resulta da comparação com o trimestre anterior se deveu "sobretudo à redução das exportações de bens e serviços", acrescenta o INE.

A refinaria da Galp, uma das grandes responsável pelo crescimento das vendas para o exterior, esteve encerrada para manutenção durante 45 dias.

Já a procura interna apresentou um "contributo positivo mais significativo" no primeiro trimestre "reflectindo sobretudo a evolução do investimento", acrescenta o comunicado do INE.

Se a desaceleração nas exportações se revelar temporária, os dados do segundo trimestre poderão apontar para uma nova aceleração. Alguns bancos de investimento, designadamente o norte-americano Morgan Stanley, antecipam com base em indicadores qualitativos mais recentes que a recuperação da economia portuguesa terá acelerado e alargado a sua base a partir do segundo trimestre.

Contudo, este tropeção da economia portuguesa ocorreu num período em que o crescimento médio na Zona Euro, para onde é escoado o essencial das exportações portuguesas, se quedou por metade do que era esperado - 0,2% - depois de o crescimento acima do previsto na Alemanha se ter revelado insuficiente para compensar a desaceleração em França e em Itália. Se persistir, uma conjuntura externa mais desfavorável penalizará de forma mais perene a economia portuguesa, muito dependente do desempenho do seu sector exportador.

(Notícia actualizada pela última vez às 10h15)

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