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Maioria dos portugueses teme contágio nos restaurantes e tem menos 23 euros por mês para comer fora

Apenas 38% dos portugueses sai de casa diariamente - para trabalhar (45%) ou para comprar bens essenciais (62%), com dois terços a revelarem não se sentir seguros para frequentar restaurantes, revela um inquérito a 16 mil pessoas.

José Sena Goulão
02 de Junho de 2020 às 12:09

"Neste momento acho que nunca deveria ter havido confinamento. Deveria haver mais controlo e restrições de número de pessoas nos espaços públicos. Isto está longe de acabar, mas o ‘Zé Povinho’ pensa que já está tudo bem e que pode fazer o que quiser, sem calcular riscos. Vê-se pelos números... começou o desconfinamento e o número de casos continua a aumentar", lamentou um dos cerca de 16 mil profissionais que responderam a um inquérito da plataforma de contratação de serviços locais Fixando.

"Cada indivíduo é responsável pelas suas decisões. Regras impostas no papel quase sempre não têm aplicabilidade integral quando colocadas em prática. É o que está a acontecer com o desconfinamento", considera outro.

De acordo com os resultados deste inquérito, que foi realizado entre os dias 25 e 31 de maio, os portugueses não estão nada confortáveis com o controlo das medidas impostas pela Direção Geral da Saúde (DGS) para a nova normalidade após o surto da covid-19, apontando quatro locais onde o receio é maior: restaurantes, convívios com amigos em casa, praias e transportes públicos.

No caso dos restaurantes, o inquérito conclui que 65% não se sente seguro para frequentar estes espaços, sobretudo porque o risco de contágio é muito elevado (47%), as normas de segurança poderão não estar a ser cumpridas (34%) ou porque não é possível manter o distanciamento (30%).

Já em convívios com amigos e/ou familiares em locais privados, 51% afirma não se sentir seguro, justificando que pode ser contagiado (56%) e que as distâncias são difíceis de manter (44%).

No caso das praias, 52% dos portugueses dizem que se sentem seguros, mas os 48% de inseguros temem pela falta de controlo (49%) e incumprimento de normas (43%).

Dos que utilizam o transporte público, a esmagadora maioria (84%) entende que é pouco seguro fazê-lo por ser também muito difícil manter distâncias (55%), limpezas frequentes (31%) e evitar lotação (28%).

O inquérito da Fixando revela, também, que apenas 38% dos portugueses sai de casa diariamente mas para trabalhar (45%) ou para comprar bens essenciais (62%), sendo que destes últimos 37% recorre ao online.

"Quando questionados sobre o orçamento disponível para ir almoçar/jantar fora, os inquiridos ditaram que têm agora menos 23 euros por mês (276 euros por ano) para gastar em restaurantes, quando antes da pandemia a média mensal era de 59 euros e agora essa média passou para os 35 euros", destaca a Fixando, em comunicado.

"Já no que toca à disponibilidade para aquisição de bens essenciais, ficou-se a saber também que os portugueses têm agora menos sete euros mensais (84 euros por ano)", acrescenta a mesma empresa.

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