"Ninguém compreende esta greve". Governo critica sindicatos por "pararem país"
O Governo defendeu esta quinta-feira que "ninguém em Portugal percebe" a greve geral anunciada pelos sindicatos para o próximo dia 11 de dezembro. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, considera que "é legítimo dizer que o que os portugueses querem é que o diálogo avance e não que o país pare".
"Ninguém em Portugal compreende esta greve. Os portugueses não percebem porque é que alguns querem, nestas condições e neste momento, parar o país, quando se está num princípio de conversas ativas e em que o Governo está a dar passos concretos de efetivas aproximações aos parceiros sociais", referiu António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, após o secretariado geral da UGT ter aprovado por unanimidade a realização de uma greve geral – a primeira desde os tempos da troika.
PUB
António Leitão Amaro destacou que o Governo tem mostrado "uma verdadeira e concretizável abertura séria ao diálogo" com os sindicatos e que os salários médios e mínimos estão a crescer "tão ou mais do que noutros países europeus". Referiu ainda que os impostos sobre o rendimento estão a baixar e têm tido "grandes reduções sucessivas" com este Governo, além de que o Governo procedeu à valorização geral de todos os trabalhadores, em particular da Função Pública, "num horizonte plurianual".
"Ninguém compreende que alguns queiram parar o país prejudicando a vida de tantos milhões", reiterou, dizendo que, por vontade do Governo, "o diálogo avança e o país não para". "É isso que acreditamos ser melhor para o país", frisou.
PUB
A greve geral anunciada pela UGT e a CGTP é motivada pelo anteprojeto que conta com mais de 100 alterações ao Código do Trabalho. Entre as medidas em cima da mesa, que são vistas como "retrocessos" pelas duas centrais sindicais, estão o alargamento dos serviços mínimos nas greves, despedimentos por justa causa facilitados, a generalização da possibilidade de não reintegração em caso de despedimento ilícito, o aumento da duração dos contratos a prazo, a reposição do banco de horas por negociação individual, a descriminalização do trabalho não declarado, e a redução de custos com horas extraordinárias e teletrabalho.
Insistindo que esta é "uma procissão legislativa que ainda vai no adro", António Leitão Amaro sublinhou que o Governo mantém as portas abertas ao diálogo, "numa atitude de procura e de aproximação".
PUB
Questionado sobre se o Governo se arrepende de ter dito que a greve só serve os interesses do PS e do PCP – tendo em conta que há trabalhadores social-democratas que também estão contra a revisão à lei laboral e a favor da greve geral –, o ministro preferiu falar sobre a quem a greve não serve. "Garanto-vos que não serve aos portugueses", disse, notando que a greve vai fechar escolas e outros serviços públicos e privados.
Saber mais sobre...
Saber mais Salários e benefícios Trabalho Greve Sindicatos António Leitão Amaro PortugalMais lidas
O Negócios recomenda