Ulrich: "Não houve um único argumento contra a cisão"

Para o presidente da administração Artur Santos Silva, a separação dos activos africanos era, "indiscutivelmente", a melhor solução para o BPI. Isabel dos Santos não deixou. Fernando Ulrich não percebeu porquê.
Bruno Simão
Alexandra Noronha 05 de Fevereiro de 2016 às 13:27

A cisão dos activos africanos face ao negócio português do Banco BPI era "indiscutivelmente" a melhor solução, na opinião de Artur Santos Silva, o presidente do conselho de administração da instituição financeira.

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Contudo, conforme ficou decidido em assembleia-geral, desta sexta-feira, 5 de Fevereiro, essa opção, que visava cumprir regras europeias que obrigam a uma redução da exposição a Angola, foi chumbada, com o voto contra da Santoro, sociedade da empresária Isabel dos Santos.

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O presidente do BPI repetiu, na conferência de imprensa após a assembleia-geral, que a cisão era a solução "que melhor serve o futuro dos interesses do BPI e do país".

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Já o CEO do banco, Fernando Ulrich disse, por sua vez, que "não houve um único argumento contra a cisão".

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CMVM não aceitou proposta que dava mais poder a Isabel dos Santos

 

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Ulrich revelou que havia um acordo em Dezembro com os accionistas angolanos, para que ficassem com mais de um terço do capital da nova sociedade que iria ficar com os activos africanos, mas a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não aceitou sem o lançamento de uma oferta pública de aquisição. 

"Temos tido conversas frequentes com os principais intervenientes. Este processo de diálogo tem existido há muitos meses, até já permitiu consensos. Até meados de Dezembro chegou a existir um consenso em que a cisão era aceite desde que os accionistas angolanos conseguissem reequilibrar a sua posição na sociedade resultante, mas queriam fazê-lo sem lançar uma OPA. Não foi possível porque a CMVM não concordou com a dispensa da OPA nessa situação", adiantou. E elogiou a posição dos accionistas, incluindo os angolanos e o CaixaBank, que tiveram uma posição "construtiva".

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A proposta que efectivamente avançou era a de os accionistas do actual BPI ficarem, na mesma proporção, como accionistas da "holding" que iria agregar os interesses do banco em Angola e Moçambique. Não foi suficiente para o "sim" de Isabel dos Santos. 

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"Outros interesses se levantaram"

Ulrich disse ainda que "foi a primeira vez em que, estando em causa um interesse fundamental do banco, outros interesses se tenham levantado a impedir uma solução boa para o banco".

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O CEO adiantou ainda que não queria avançar soluções para o futuro, dado o chumbo da cisão. Nem com uma assembleia-geral, nem com outra solução para o futuro.

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Ulrich referiu ainda que o banco está a trabalhar para cumprir os prazos dados pelo BCE.

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