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Europa fecha mista. Glencore perde mais de 8% e pressiona setor dos minerais

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.

bolsas mercados graficos traders
bolsas mercados graficos traders Luca Bruno/AP
30 de Abril de 2025 às 17:51
Ásia acompanha Wall Street em alta mesmo com "farpas" de Trump à China. Kospi cai com a Samsung
Ásia acompanha Wall Street em alta mesmo com 'farpas' de Trump à China. Kospi cai  com a Samsung

As bolsas asiáticas acompanharam o fecho de Wall Street e terminaram maioritariamente em alta, com o mercado animado pelos últimos desenvolvimentos na questão das tarifas, ao mesmo tempo que reage aos resultados trimestrais das empresas e espera pelas contas das "big tech" norte-americanas Microsoft e Meta, hoje divulgadas. 

O Presidente dos EUA assinou esta terça-feira um decreto que alivia as tarifas impostas ao setor automóvel, determinando que não sejam cumulativas com outras taxas, como as sobre o aço e alumínio. Além disso, reduziu os encargos sobre as peças importadas utilizadas para fabricar veículos na América, naquilo a que chamou de "ajuda" aos parceiros no dia em que comemorou 100 dias do seu segundo mandato.

Mas Trump não se esqueceu da China. O republicano disse que o país merecia as pesadas tarifas que impôs às suas exportações e antecipou que Pequim poderia encontrar uma forma de reduzir o impacto nos consumidores norte-americanos.

Na China, um indicador da atividade fabril registou o recuo mais profundo desde dezembro de 2023, revelando os primeiros danos causados à segunda maior economia do mundo pela guerra comercial com os EUA. Após este relatório, o yuan caiu, estendendo o primeiro declínio mensal deste ano.

O Shanghai Composite acabou por ceder 0,1% e o Hang Seng de Hong Kong conseguiu terminar com ganhos de 0,2%. No Japão, o Nikkei, que já recuperou todas as perdas desde que Trump revelou as tarifas recíprocas no "Dia da Libertação", subiu 0,53% e o Topix acelerou 0,5%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,7%, afetado pela queda das ações da Samsung. 

O negócio de "chips" da tecnológica sul-coreana registou uma queda de cerca de 40% nos lucros, depois de os controlos de exportação dos EUA terem afetado as vendas dos semicondutores.

Por cá, os futuros da Europa apontam para uma abertura sem grandes alterações face ao último fecho, com os investidores a analisarem a "earnings season" europeia e norte-americana. O resultado líquido do UBS superou as estimativas, assim como a Societe Generale. No automóvel, a Mercedes-Benz reviu em baixa as perspetivas para este ano devido à incerteza decorrente da guerra comercial. Já os lucros da Volkswagen caíram 40%.

O foco estará ainda na robustez da economia europeia, com os dados do PIB do primeiro trimestre na Zona Euro, em França, na Alemanha e em Itália a serem esta quarta-feira divulgados. 

Petróleo mantém-se em queda pela terceira sessão consecutiva

Os preços do petróleo mantêm-se nesta quarta-feira em queda, pela terceira sessão consecutiva, refletindo as perspetivas de uma redução da procura global devido à guerra comercial e perante a possibilidade de aumentos de produção.

O barril de Brent, que serve de referência para Portugal, segue ao início desta manhã a negociar nos 63,58 dólares, com uma descida de 1,04%, enquanto o norte-americano West Texas Intermediate (WTI) cai 1,32%, cotando-se nos 59,62 dólares por barril.

Com esta evolução, os preços do Brent encaminham-se para a maior descida registada num período de um mês, próxima dos 15%. A queda mensal na cotação do WTI aproxima-se dos 17%.

Com forte volatilidade, os preços do petróleo seguem influenciados pelas perspetivas de abrandamento económico global devido aos impactos, incertos, das novas tarifas quase universais anunciadas pela Administração de Donald Trump, nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, novos dados poderão confirmar desaceleração na economia norte-americana, sendo que os efeitos da guerra comercial surgem já visíveis na atividade industrial da China nos dados do índice de gestores de compras (PMI) libertados hoje, apontando para um mínimo de 16 meses na atividade industrial

Por outro lado, os analistas esperam nesta altura que a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros aliados (OPEP+), marcada para 5 de maio, acelere aumentos de produção planeados.

Alívio das tarifas sobre setor automóvel pressiona ouro
Alívio das tarifas sobre setor automóvel pressiona ouro

O ouro está a estender as perdas de 0,8% registadas na sessão de ontem e continua a trajetória descendente, agravada depois de que o Presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou o alívio as tarifas impostas sobre o setor automóvel na noite passada. 

O republicano marcou esta terça-feira uma centena de dias à frente da Casa Branca, com mais 1.361 pela frente.

O metal amarelo perde 0,11% para 3.313,6 dólares por onça. 

Trump assinou duas ordens executivas que impedem que as tarifas sobre os veículos fabricados no estrangeiro se acumulem com outras taxas (como as do aço e aluminio) e que reduzem os encargos sobre os componentes importados, utilizados para fabricar automóveis nos EUA.

O alívio destas tarifas trouxe uma nova onda de esperança ao mercado, que espera que a Casa Branca venha a levantar mais destas restrições ao comércio e avançar com mais negociações. Assim, o apetite pelo risco adensa-se e os investidores fogem de ativos-refúgio, como o ouro. 

Os investidores parecem ignorar os dados económicos mais fracos dos EUA, como a confiança dos consumidores, que caiu para mínimos de quase cinco anos em abril, devido ao crescente pessimismo sobre as perspetivas da economia e do mercado de trabalho. Também as vagas de emprego na maior economia do mundo caíram no mês passado para mínimos de setembro.

Há ainda uma grande incerteza quanto ao impacto das guerras comerciais lideradas pelos EUA, o que tem alimentado o crescimento da economia e do mercado de trabalho.

Yuan no pior mês desde 2019. Dólar à tona mas com pior desempenho desde 2022
Yuan no pior mês desde 2019. Dólar à tona mas com pior desempenho desde 2022

O yuan está a beneficiar de um alívio este mês devido à queda do dólar, mas está a enfraquecer em relação às moedas de outros parceiros comerciais. Aliás, a divisa chinesa deverá cair 2,7% em abril em relação aos pares, a maior queda desde 2019, de acordo com a Bloomberg.

Já o dólar segue estável no último dia de abril, que deverá ficar marcado como o pior mês para a "nota verde" desde novembro de 2022, ao contrário do euro, que deverá mesmo ter o melhor desempenho desde a mesma data. 

O grande fator para a quebra são as políticas comerciais dos EUA, que deixaram a moeda norte-americana vulnerável e impulsionaram o euro, o iene e o franco suíço. Trump assinou duas ordens executivas que impedem que as tarifas sobre os veículos fabricados no estrangeiro se acumulem com outras taxas (como as do aço e aluminio) e que reduzem os encargos sobre os componentes importados, utilizados para fabricar automóveis nos EUA. O anúncio deixou o dólar à tona, mas ainda assim em território instável. 

O euro cede 0,11% para 1,1375 dólares e, face à divisa nipónica, a nota verde soma 0,35% para 142,83 ienes. O yuan sobe 0,13% para 0,1377 dólares.

O iene japonês cede antes da reunião de política monetária do Banco do Japão, que deverá manter as taxas de juro inalteradas. 

Os investidores esperam agora pelos dados do PIB do primeiro trimestre dos EUA, assim como pelo índice PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal) relativo a março - este que é o indicador de inflação preferido da Reserva Federal para a sua meta de 2%. Ambos os relatórios serão hoje divulgados.

Juros aliviam na Zona Euro antes do PIB da região. Portugal volta ao mercado de dívida

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviam em toda a linha esta quarta-feira, num dia em que os principais índices do Velho Continente negoceiam maioritariamente em território positivo e momentos antes de ser conhecida a estimativa rápida do PIB do primeiro trimestre na Zona Euro, em França, na Alemanha e em Itália.

Por cá, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, recuam 3,2 pontos-base, para 3,013%, num momento em que Portugal se encontra no mercado de dívida, a emitir três mil milhões de euros através de uma venda sindicada de dívida a 15 anos, ou seja, que atinge a maturidade a 15 de junho de 2040. 

No país vizinho, a rendibilidade da dívida espanhola com o mesmo vencimento cede 3,4 pontos base para 3,127%.

Os juros das "Bunds" alemãs, referência para a região, perdem 3,5 pontos para 2,459%, enquanto a rendibilidade da dívida francesa cede 3,6 pontos-base para 3,180%. Em Itália, a descida é de 3,4 pontos para 3,571%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a mesma tendência e aliviam 4 pontos-base para 4,437%.

Resultados empresariais mistos deixam Europa sem rumo. Société Générale sobe 5%
Resultados empresariais mistos deixam Europa sem rumo. Société Générale sobe 5%

Os principais índices do Velho Continente negoceiam sem rumo definido esta quarta-feira, num momento em que a enchente de resultados empresariais do último trimestre divide o sentimento dos investidores. 

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganha 0,24%, para os 526,34 pontos e marca a sétima sessão consecutiva de avanços. O "benchmark" recuperou a maior parte das perdas registadas desde abril, depois de os EUA terem aliviado as tarifas impostas aos fabricantes de automóveis. O Presidente dos EUA determinou que não sejam acumuladas várias taxas sobre o setor automóvel e respetivos componentes, que terão deduções temporárias nas tarifas.

Entre os 20 setores que compõem o Stoxx 600, os de telecomunicações, media e saúde foram os que mais deram o maior contributo, com ganhos acima de 1%. Em contraciclo, os "basic resources" e o setor das viagens e lazer cedem mais de 2%.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 valoriza 0,37%, o holandês AEX sobe 0,24%, o alemão DAX regista ganhos de 0,57%. Em contraciclo, o espanhol IBEX 35 desce 1,27%, o britânico FTSE 100 cede modestos 0,04% e o italiano FTSEMIB perde 0,33%.

Tarifas à parte, o foco dos investidores segue sobretudo para os lucros das empresas europeias no último trimestre. Do lado dos ganhos, o destaque vai para a banca, que está a apresentar números acima das previsões, à boleia da volatilidade nos mercados nos primeiros meses do ano.

O UBS sobe 1,6%, o Barclays avança 3% e o Société Générale salta mais de 5% após resultados muito positivos apresentados esta manhã. O Santander voltou a superar as previsões, mas as ações cedem mais de 1%, depois de a margem financeira ter derrapado quase 20%. 

No setor automóvel, a Mercedes acelera 0,6% e a Stellantis avança quase 4%. Ambas valorizam esta quarta-feira apesar de terem suspendido as previsões de resultados. A Volkswagen soma 1,2% apesar de queda de 40% nos resultados líquidos.

A ToltalEnergies derrapa mais de 4% depois de a empresa francesa de energia ter apresentado resultados em linha com as expectativas, mas também um aumento da dívida líquida. 

Os media seguem com o melhor desempenho esta manhã, impulsionados pelo crescimento das subscrições da Universal Music Group, que sobe quase 5% depois de resultados do primeiro trimestre acima das expectativas.

Euribor cai a 3 meses para novo mínimo e fecha abril com médias mensais a descerem
Euribor cai a 3 meses para novo mínimo e fecha abril com médias mensais a descerem

A Euribor desceu hoje a três, seis e 12 meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde dezembro de 2022, e termina abril com as médias mensais a caírem fortemente nos três prazos.

Em termos mensais, a média da Euribor em abril voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais intensamente que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,156%, ficou acima da taxa a seis meses (2,129%) e da taxa a 12 meses (2,049%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 2,129%, menos 0,002 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, ao ser fixada em 2,049%, menos 0,027 pontos do que na terça-feira.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, baixou hoje para 2,156%, menos 0,020 pontos e um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022.

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Dados económicos pressionam Wall Street. Super Micro Computer afunda 18%
Dados económicos pressionam Wall Street. Super Micro Computer afunda 18%

Os principais índices dos Estados Unidos (EUA) negoceiam esta quarta-feira em terreno negativo, depois de importantes dados terem mostrado que a maior economia do mundo tropeçou no início de 2025, com as preocupações sobre um novo abrandamento económico a aumentar à medida que a guerra comercial se desenrola.

O S&P 500 perde 1,64% para os 5.469,51 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recua 2,20% para 17.077,59 pontos. Já o Dow Jones desvaloriza 1,26% para 40.018,25 pontos.

A economia dos EUA contraiu-se a uma taxa anualizada de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, marcando o primeiro declínio desde o primeiro trimestre de 2022. O valor marca uma reversão acentuada do crescimento de 2,4% registado no trimestre anterior e ficou abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para um crescimento de 0,3%.

Um aumento de 41,3% nas importações contribuiu para a desaceleração, já que empresas e consumidores procuraram antecipar um esperado aumento dos custos após os anúncios de tarifas pela Administração Trump.

"Embora seja inquietante ver uma impressão negativa do PIB, ainda não se sabe se a economia entrará em recessão", disse à Bloomberg Paul Stanley, da Granite Bay Wealth Management. "Acreditamos que uma recessão será evitada, embora por pouco, pois parece que a situação tarifária será uma ‘lomba’ no caminho, em vez de algo prolongado", acrescentou o especialista.

Quanto ao cenário laboral, as empresas privadas nos EUA acrescentaram 62 mil trabalhadores às suas folhas de pagamentos em abril, valor que ficou muito abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para a criação de 115 mil empregos no setor privado. Este foi o aumento mais baixo desde julho do ano passado, e mostra o impacto das políticas protecionistas assumidas pela Administração dos EUA nos planos de contratação de empresas norte-americanas.

Durante o dia de hoje, serão igualmente conhecidos os dados do indicador de inflação preferido da Reserva Federal (Fed) norte-americana - o índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE).

No plano empresarial, os investidores estarão atentos à divulgação de resultados por parte da Microsoft e da Meta, após o fecho de Wall Street.

Entre os movimentos de mercado, a Super Micro Computer apresentou resultados preliminares que ficaram muito aquém das estimativas dos analistas, o que está a pressionar a produtora de semicondutores a esta hora, que afunda mais de 18%.

Quanto às "big tech", a Alphabet cede 1,68%, a Nvidia perde 3,61%, a Microsoft recua 1,70%, a Meta desvaloriza 3,10%, a Amazon desliza 3,47% e a Apple regista perdas de 1,26%.

Petróleo a caminho de maior queda mensal desde 2021
Petróleo a caminho de maior queda mensal desde 2021

Os preços do petróleo continuam a registar perdas esta quarta-feira, com dados a mostrarem que as tarifas impostas pela Administração dos Estados Unidos (EUA) estão a pressionar o crescimento económico e a procura por crude no país, numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) tem estado a colocar mais "ouro negro" no mercado.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – cede a esta hora 1,46% para os 59,54 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 1,48% para os 63,30 dólares por barril.

O crude atingiu, este mês, mínimos de quatro anos, com as barreiras ao comércio impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump - especialmente sobre o principal importador de petróleo, a China - a reduziram as perspetivas quanto ao consumo de energia. O petróleo encaminha-se para a maior perda mensal desde novembro de 2021. Até à data, este ano, o preço médio de referência global rondou os 73 dólares por barril.

"A fraqueza sincronizada dos dados dos EUA e da China está a realçar o impacto negativo da guerra comercial nas matérias-primas, com o petróleo e o cobre a caírem antes de um longo feriado na China", disse à Bloomberg Ole Hansen, do Saxo Bank.

Os inventários de petróleo bruto nos EUA aumentaram em 244 mil barris na semana terminada a 18 de abril, contrastando com as expectativas do mercado de uma redução de 700 mil barris, avançou a Trading Economics. A subida marca a quarta semana consecutiva de aumentos nos "stocks" de crude do país, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia.

Do lado da oferta, a OPEP+ tem vindo a abrandar as restrições à produção, com o JPMorgan a avisar que o cartel poderá acelerar os aumentos de produção planeados já na próxima reunião do cartel, que terá lugar no dia 5 de maio.

Dólar avança com abrandamento do crescimento do PIB nos EUA
Dólar avança com abrandamento do crescimento do PIB nos EUA

O dólar segue a registar ganhos esta quarta-feira, depois de dados mostrarem que a maior economia do mundo encolheu no primeiro trimestre.

O índice de dólar da Bloomberg – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais - sobe a esta hora 0,09% para os 99,326pontos.

O produto interno bruto (PIB) dos EUA caiu 0,3% nos primeiros três meses do ano, de acordo com dados de um relatório do Departamento de Comércio do país, prejudicado por um aumento nas importações. A queda registada seguiu-se a um aumento de 2,4% no quarto trimestre do ano passado. Um crescimento fraco pode conduzir a uma inflação mais baixa e a taxas de juro potencialmente mais elevadas, o que pode atrair capital estrangeiro e aumentar a procura pela "nota verde".

Na sequência da divulgação dos dados, o dólar alargou os ganhos face à divisa nipónica e valoriza 0,25% para os 142,690 ienes.

Os "traders" reduziram ligeiramente as apostas de que a Reserva Federal irá cortar as taxas de juro em um ponto percentual este ano, depois de se ter registado um abrandamento do crescimento económico. Ainda assim, os futuros das taxas de juro dos EUA continuaram a apontar para um início de cortes nas taxas diretoras em junho, com um total de quatro reduções de um quarto de ponto, trazendo a taxa para o intervalo de 3,25%-3,5% no final do ano, avança a Reuters.

Por cá, a moeda única recua 0,24% para os 1,136 dólares. Já a libra cede 0,42% para os 1,335 dólares.

Contração da economia dá suporte ao ouro. Metal fecha abril com ganhos de 6%
Contração da economia dá suporte ao ouro. Metal fecha abril com ganhos de 6%

O ouro continua a negociar em território negativo, embora tenha conseguido reduzir algumas das perdas registadas esta manhã, numa altura em que os investidores reveem em alta as expectativas em torno do número de cortes da Reserva Federal (Fed) norte-americana face a uma economia em contração.  

No primeiro trimestre do ano, o PIB dos EUA recuou 0,3% em comparação com o mesmo período de 2024, com o aumento das importações a pesarem de forma decisiva na evolução negativa da maior economia do mundo. É a primeira contração desde 2022, de acordo com as estimativas rápidas divulgadas esta quarta-feira pelo Gabinete de Análise Económica do país. 

A esta hora, o ouro recua 0,27% para 3.308,30 dólares por onça, depois de ter chegado a recuar mais de 1% esta manhã. Apesar das quedas registadas esta quarta-feira, o metal precioso está prestes a fechar abril com uma variação positiva de 6% - a quarta consecutiva.  

O ouro está ainda a receber algum alento da evolução da inflação nos EUA. Em março, o índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) - conhecido por ser o indicador favorito da Fed para a inflação - manteve-se inalterado, depois de ter acelerado 0,4% em fevereiro. Também o índice PCE subjacente não registou movimentações. 

"Os dados da economia sugerem um caminho mais fácil para o alívio das taxas de juro, o que deve ser positivo para o ouro", começa por explicar Tai Wong, um comerciante independente de metais, à Reuters.  

Juros aliviam na Zona Euro com economia a superar expectativas

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta quarta-feira, num dia em que as principais praças europeias tiveram dificuldades em encontrar um rumo e os investidores preferiram apostar as suas fichas em ativos mais seguros. 

A economia da Zona Euro cresceu acima do esperado no primeiro trimestre do ano, tendo registado um aumento em cadeia de 0,4%, face aos 0,2% previstos pelos analistas. Apesar deste avanço, o fantasma das tarifas de Trump e o impacto que podem ter na economia contiveram o otimismo em relação a este arranque de 2025.

No contexto de uma economia mais robusta, os juros das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade de 10 anos, reecuaram 5,3 pontos base para 2,441%, enquanto a "yield" das obrigações francesas deslizaram 5,1 pontos para 3,165%. 

Em Portugal, os juros da dívida voltaram a negociar no intervalo dos 2%, ao caíram 4,7 pontos para 2,998%. Esta quarta-feira, Portugal voltou ao mercado da dívida para emitir três mil milhões de euros através de uma venda sindicada de dívida a 15 anos, ou seja, que atinge a maturidade a 15 de junho de 2040. 

Nos restantes países do sul da Europa, a "yield" das obrigações espanholas deslizou 5 pontos para 3,111%, enquanto a da italiana perdeu 4,3 pontos para 3,562%. 

Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas caíram 3,9 pontos para 4,438%, acompanhando a tendência europeia. 

Europa fecha mista. Glencore perde mais de 8% e pressiona setor dos minerais

Os principais índices do Velho Continente fecharam esta quarta-feira com uma maioria de ganhos, num dia em que os investidores pesaram uma série de resultados empresariais contra o abrandamento do crescimento económico nos Estados Unidos (EUA), um dia depois de Trump ter anunciado um alívio das tarifas sobre o setor automóvel.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avançou 0,46%, para os 527,48 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX registou ganhos de 0,32%, o britânico FTSE 100 avançou 0,37%, o francês CAC-40 subiu 0,50% e o holandês AEX ganhou 0,36%. Já o espanhol IBEX 35 perdeu 0,59% e o italiano FTSEMIB desvalorizou 0,71%.

O índice de referência europeu já recuperou grande parte das perdas registadas desde o início de abril, depois de os EUA terem suavizado a sua posição em relação às barreiras ao comércio e terem concedido algumas isenções aos fabricantes de automóveis no que se refere à sobreposição de tarifas. Ainda assim, fracos dados económicos do lado de lá do Atlântico contiveram maiores ganhos dos índices bolsistas europeus.

O produto interno bruto (PIB) dos EUA sofreu uma contração de 0,3% no primeiro trimestre deste ano, a primeira descida desde 2022, segundo as estimativas rápidas divulgadas esta quarta-feira pelo Gabinete de Análise Económica do país. O aumento de 5,3% nas importações, que levam, aliás, a um crescimento de 1.474% nos inventários, pesaram de forma decisiva na evolução negativa da maior economia mundial. O disparo dos inventários espelha a corrida das empresas a acumular stocks antes da entrada em vigor das tarifas decretadas pela Administração Trump.

No Velho Continente, entre os setores, as telecomunicações (+1,67%) e os cuidados de saúde (+1,22%) tiveram um desempenho superior, enquanto os meios de comunicação social (+1,58%) foram impulsionados pela valorização do Universal Music Group (+3,36%), depois de a empresa ter apresentado resultados referentes ao primeiro trimestre acima das expectativas do mercado, de acordo com a Bloomberg.

Em contrapartida, o setor dos minerais (-2,78%) sofreu um duro golpe com a queda da Glencore, que perdeu mais de 8%. A banca (-1,59%) também não teve um bom desempenho durante o dia, com o Banco Santander a cair quase 4%, na sequência dos resultados do primeiro trimestre. Ainda assim, o Société Générale ganhou mais de 3%, destoando de um contexto de fraqueza do setor.

"Hoje é um marco importante em termos de resultados, porque estamos a começar a ver padrões emergentes sobre como a guerra comercial terá um impacto diferente em diferentes sectores", explicou à Bloomberg Beatrice Guedj, chefe de pesquisa da Swiss Life Asset Managers.

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