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João Rui Ferreira: “Portugal, hoje, inspira confiança”

Portugal quer afirmar-se como uma plataforma atlântica entre a América e a Europa. João Rui Ferreira traçou uma visão clara e ambiciosa para o futuro económico do país.

07 de Novembro de 2025 às 14:00
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“Portugal, hoje, inspira confiança”, afirmou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, na conferência “Portugal Investment by Global Citizens”, organizada pelo Bison Bank e que contou com o Jornal de Negócios como media partner. A declaração foi sustentada por indicadores económicos robustos: o país cresceu 2,1% em 2024, superando a média europeia de 0,8%, e as previsões para 2025 e 2026 mantêm-se positivas. As contas públicas apresentam um excedente orçamental de 1% do PIB no primeiro semestre, posicionando Portugal entre os três melhores da zona euro. A inflação está controlada em 1,9% e a dívida pública segue em trajetória descendente, aproximando-se dos 96,8%.

João Rui Ferreira destacou três pilares estratégicos: confiança, visão e oportunidade. Quanto à visão, defendeu que Portugal deve consolidar-se como um hub europeu de inovação e sustentabilidade. Entre janeiro e maio, 82% da energia consumida teve origem em fontes renováveis. O país ocupa a sétima posição no Global Peace Index e já conta com seis unicórnios tecnológicos. “Queremos ser uma plataforma atlântica entre a América e a Europa”, sublinhou o governante, apontando as vantagens geográficas e culturais do país. O ecossistema de startups cresceu 20% em 2024, atingindo 4.700 empresas, que empregam 26 mil pessoas e geram três mil milhões de euros em volume de negócios.

João Rui Ferreira revelou ainda uma ambição particular: aproximar as startups tecnológicas das indústrias tradicionais portuguesas. “Se conseguirmos pôr em contacto indústrias com longa tradição e esta nova geração de startups, vamos transformar a economia nacional”, defendeu.

Apelo à reflexão sobre o futuro de Portugal

António Henriques, CEO do Bison Bank, fez um balanço positivo dos sete anos de atividade da empresa e lançou um apelo à reflexão coletiva sobre o futuro do país. “Hoje não é para falar da Bison Bank. Objetivamente, hoje é para falarmos de Portugal”, afirmou, estabelecendo o tom do encontro.

Os números da Bison Bank refletem o crescimento do setor, quase sete mil clientes de mais de 130 países, resultados que deverão duplicar face ao ano anterior, e ativos sob supervisão que ultrapassaram os seis mil milhões de euros. António Henriques recordou os tempos difíceis do início, há sete anos, quando a empresa registava 12 milhões de euros em resultados negativos.

“Portugal precisa de ter presente o seu destino”, declarou António Henriques, sublinhando a necessidade de uma visão clara para orientar investidores e parceiros internacionais. Segundo o CEO do Bison Bank, sem essa clareza estratégica, será muito mais difícil construir “um Portugal melhor daqui a 10 ou 20 anos”.

António Henriques traçou ainda o perfil dos investidores que chegam ao país. “São pessoas com muito dinheiro, pessoas que tiveram histórias de sucesso no seu país de origem e que agora decidiram vir para Portugal continuar essa vida.” O primeiro investimento sublinhou ser “apenas o ponto de partida, não o ponto de chegada”.

Para que esses investidores continuem a prosperar, é necessário criar as condições adequadas. “As pessoas que investem em Portugal são atletas de alta performance. Nós temos de lhes dar uma pista de excelência para que continuem a ser atletas de alto desempenho”, concluiu.

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