Ainda há heróis do mar?
É chegado o momento de encontrarmos dentro de todos nós, a vontade de nos tornarmos heróis do mar numa das múltiplas dimensões relacionadas com a ação marítima, por forma a levantar novamente o esplendor de Portugal.
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Há pouco mais de um ano escrevi o meu primeiro artigo de opinião neste jornal. Intitulado como “O que nos define como nação marítima?”, o artigo iniciava-se com o primeiro verso da Portuguesa – Heróis do mar. Composta em 1890 pelo ilustre capitão-de-mar-e-guerra Henrique Lopes de Mendonça, a Portuguesa acabaria mais tarde por ser adotada pelos republicanos como hino nacional (1911). Sendo concebida como uma canção de protesto, motivada pelo ultimato inglês que negava a Portugal a continuidade territorial entre Angola e Moçambique (o célebre mapa cor-de-rosa), a Portuguesa invocava os valores patrióticos por forma a levantar de novo o esplendor de Portugal. Ilustres oficiais da Armada, como Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo, que em muito contribuíram para a demonstração geográfica desta desejada continuidade territorial, sacrificando-se na travessia continental por mais de um ano, foram recebidos como heróis em Lisboa pelo próprio rei que os condecorou à chegada. Eram referências de heroísmo que acabariam com um sabor agridoce pela mão da coroa inglesa em negar essa nossa ambição territorial.
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