Em busca da esmeralda do Caldas
Em Portugal chegou o tempo da mudança à direita. Começando pelo PSD que tem de decidir de que lado quer estar. Se inquirirmos os militantes sociais-democratas e lhes perguntarmos como se posicionam estou certo de que em cada dez, sete dirão ser de direita, dois de centro e um de centro-esquerda.
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Não se trata de mais uma produção cinematográfica de Robert Zemeckis mas certamente daria um argumento para um filme. A ideia de invadir território alheio está todos os dias nas notícias e eis que o Chega se lembrou de tentar tomar de assalto uma propriedade que não lhe pertence. Nem mais nem menos do que a velhinha sede do CDS. Poderão sempre argumentar que se trata de uma simples e corriqueira operação imobiliária. Mas bem sabemos que assim não é. Estamos perante mais um gesto de oportunismo político que tem por base a arrogância de quem julga ter atingido o estrelato e que não entende que para ocupar o vazio, natural em política, não é necessário rebaixar o adversário ou aproveitar-se cobardemente das suas fragilidades. A questão é política e bem reveladora do posicionamento do Chega no atual panorama partidário. Continuar a agitar as águas e assumir a liderança no combate ao Governo de António Costa. Ir captando os descontentes onde quer que eles estejam. Nada de surpreendente até porque é isso que tem feito até agora. A diferença é que o grupo parlamentar cresceu embora, por enquanto, André Ventura não queira deixar de ser o único protagonista. Tudo normal, portanto. O problema deste posicionamento é que, paradoxalmente, constitui um obstáculo ao surgimento de uma verdadeira alternativa de direita ao Governo socialista.
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