A Autoridade da Concorrência mostra que Adam Smith tinha razão
A propensão natural para a viciação dos preços e da concorrência foi notada para a posteridade pelo pai fundador da economia – e a actividade inédita do regulador em Portugal, uma das grandes histórias em curso na economia, está a confirmá-la. Conseguirá a AdC passar o teste final?
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A propensão natural do negociante para viciar a concorrência foi notada para a posteridade por nada menos do que o economista da mão invisível. “Pessoas do mesmo ofício raramente se encontram, mesmo para diversão, mas [quando o fazem] a conversa acaba numa conspiração contra o público ou num esquema qualquer para aumentar preços”, notou Adam Smith. Esta propensão natural para espremer as pessoas à custa da concorrência é a razão para termos um regulador. E em Portugal – onde, ao contrário do que Smith sugere, os empresários do mesmo ofício se encontram com frequência – o regulador tem estado extraordinariamente ativo. A sucessão imparável de decisões condenatórias da Autoridade da Concorrência (AdC) é uma das grandes histórias a correr na economia portuguesa – uma história ilustrativa que, por enquanto, tem um desfecho incerto.
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