A pequena marcha dos refugiados
O Mediterrâneo, e agora também a Turquia, é a fronteira de uma vaga de refugiados sem fim, que ainda procura na Europa o paraíso, ou pelo menos um destino de paz. Um assunto explosivo.
- Partilhar artigo
- ...
De Valletta, capital de Malta, Corto Maltese via, noutros tempos, o tráfego de pessoas, de aromas e sabores, entre as duas margens do Mediterrâneo. Em busca do comércio das ideias e dos produtos. Hoje, o Mediterrâneo é a última fronteira dos refugiados de África e do Médio Oriente rumo àquilo que muitos consideram o paraíso, a Europa. E é a primeira fronteira da Europa face a centenas de milhares de desesperados que fogem à guerra e à fome nos seus países. Se outrora os regimes da Líbia e da Síria ainda filtravam os que procuravam a Europa, hoje isso é feito apenas por traficantes desejosos de lucro, face ao colapso de Estados ditatoriais e à sua substituição pelo caos, em vez das prometidas democracias. Há poucos dias terá acontecido o mais grave naufrágio de refugiados, quando um barco terá sucumbido entre Creta e Malta, fazendo cerca de 500 vítimas. O que elevaria para 2900 o número de refugiados mortos nesta longa marcha para a Europa através do Mediterrâneo.
Mais lidas