Sim, sr. Santana Lopes!
Não contente com a sua saída sem honra nem glória do Governo e da liderança do PSD, Santana Lopes está a praticar o mais longo e doloroso «harakiri» da história política nacional.
A sua alucinação é tão grande que se entrincheirou na Câmara de Lisboa pensando que está em 1917 no Palácio de Inverno. O problema é que acha que os bolcheviques são os seus mais fiéis seguidores de sempre, liderados pelo temível comissário do povo Carmona Rodrigues que, chegou agora à conclusão, até pensa pela sua própria cabeça. O que é uma conspiração!
A purga de Santana Lopes parece as que o célebre Zé dos Bigodes fez na década de 30 em Moscovo, afastando quem ainda tinha ideias no seu círculo de poder. Santana mostra a sua noção de liderança: eu penso e quem não pensa como eu é um agente do inimigo. É uma verdadeira política de «napalm», a que só sobrevivem aqueles que dizem «sim» ao líder, antes deste perguntar sequer a sua opinião.
Manuel Maria Carrilho deve estar neste momento a aprender a tocar harpa para honrar Santana numa qualquer «vernissage». Disparando os seus últimos cartuchos, Santana aprende «The End» dos Doors em versão «Apocalyse Now». Pensando que é o coronel Kurtz.
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