A culpa não é minha
Afinal a culpa é minha. E de todos os que pensam como eu. Não a de que chova no inverno ou haja incêndios no verão. Mas por não agir na minha comunidade antes das coisas acontecerem e de não exigir responsabilidades depois do mal-estar feito.
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Sabemos bem que em Portugal "a culpa morre sempre solteira". Seja o que for que aconteça a responsabilidade é, no mínimo, difusa e na melhor das hipóteses partilhada por muitos. Até no futebol, quando falha um falham todos. O que nos falta em coragem, sobra-nos em "espírito de equipa". É bonito, mas não resolve coisa nenhuma. Verdadeiramente o que nos falta é sentido de responsabilidade e uma cultura de exigência. Em tudo. Para compensar a falta de organização e de capacidade para antecipar ou prever as situações, temos um povo solidário, disponível para todas as missões e desenrascado. Em momentos de crise ou de alarme, gostamos muito de realçar estes traços tão positivos da nossa gente. Mas raramente nos lembramos de tudo aquilo em que falhamos. Assim nunca iremos mudar.
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