Se só olharmos pelo funil, este não é um mau Orçamento
Como ninguém quer fazer escolhas de fundo sobre os mais de 110 mil milhões de despesa pública, o que sobra é olhar a cada Outubro para as medidas incrementais do Orçamento. Nesta perspetiva, curta, a proposta austera do Governo tem méritos. O principal é a prudência.
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A grande novidade nas finanças públicas portuguesas não é a proposta de Orçamento do Estado apresentada esta semana. A novidade é a forma como, mesmo numa conjuntura adversa, a mais elementar disciplina orçamental se consolidou na política portuguesa. Como notou a jornalista Marta Moitinho Oliveira no “Público” esta semana, “as ‘contas certas’ não são património ideológico de nenhum partido e vieram para ficar”. O tempo que Fernando Medina gastou na conferência de imprensa a destacar os resultados orçamentais deste ano e ambição para 2023 foi, de novo, um reflexo de que os partidos do centro perceberam que a maioria do seu eleitorado – que tem na memória a dureza do programa da troika – valoriza a prudência.
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